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Hoje — 28 de Março de 2024Tecnologia

Sonhos de Ananda (RPGuaxa #160)

28 de Março de 2024, 01:06

RPG: Realidades Paralelas do Guaxinim, ou ainda RPGuaxa é um podcast gravado na forma de RPG; a cada episódio nosso Mestre Guaxinim apresenta um mundo novo aos jogadores e, juntos, criam uma nova história.

Todo programa é uma aventura única, uma história com inicio, meio e fim.

Tema do Episódio: Fantasia Medieval, Guerra.


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Expediente:

Produção e Edição Final: Marcelo Guaxinim.

Edição: Rafael Zorzal

Jogadores do Episódio: Agatha Sofia, Mel e Luco.

Música: “Morning” Kevin MacLeod (incompetech.com)
Licensed under Creative Commons: By Attribution 4.0 License
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

QUEM APOIA ESSE PROJETO: Adienny Silva; Adriana Cristina Alves Pinto Gioielli; Adriano Contreras Alberto; Agata Sofia; Alan Godoy De Quevedo; Alberto Dias De Souza; Alcides Junior; Alessandro Freitas; Alex Primo Brustolin; Alex Wiedermann; Alexandre Acioli; Alexandre Chagas Pelegrineli ; Alexandre Dotto; Alexandre Yuji Iwashita; Alisson Fernandes; Allan Felipe Rocha Penoni; Allen Teixeira Sousa ; Allyson Araujo; Ana Kurata; Anderson Bonfar; Anderson Camatari Vilas Boas; Anderson Furtunato; Anderson Key Saito ; André Gebran; Andre Toshio Freire Miyamoto; Andre Trapani Costa Possignolo; André Bernardo; André Luiz Pereira; Angélica Lyssa; Anselmo Joao Conzatti; Anthony Cuco; Antonio Carlos De Souza; Apophillis; Ariel N. 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Vilela; Rodolpho Freire; Rodrigo Reis; Rodrigo Braga; Rodrigo Camargo; Rodrigo Junior Martins De Backer; Rodrigo Laureano; Rodrigo Magalhaes Mesquita; Rodrigo Rabelo; Rodrigo Ribeiro; Rodrigo Soares Azevedo; Sabrina; Samarone Cardoso; Samuel Volpato; Sandro Lazari; Selassié De Andrade Silva Júnior; Sérgio Coelho Bessa Da Costa; Silvio Misono Rodrigues; Silvio Vieira De Melo Junior; Tábatta Carneiro; Thais Boccia; Tharciano Dark Oliveira; Thigo Lara; Tiago Minatel; Tiago Oliveira; Uilma Melo; Ulisses Jose Peralta Dos Santos; Valdemario Oliveira Carvalho Junior; Valdo Raya; Victor Adriel Todescatto Kerller; Victor Hugo Alexandre; Vinicius Emanuel ; Vinicius Watzl; Vinicius Gagno Lima; Vinicius Zhu; Vinícius Batista; Vinícius Hillebrand Andriola; Vinícius Ribeiro Rodrigues; Vitor Busso; Vitor Carvalho; Vitor Coutinho Fernandes; Vitor Pra Medeiros; Wagner Rodrigues Dos Santos; Wallace Apolinário; Wayne Alvim; Wévison Guimarães; Yohance; Zero Dalmaso Carmona.

OBRIGADO A TODOS! E ESPERO LER SEU NOME NO PRÓXIMO GUAXAVERSO!

Quebre a Perna! (Miçangas #207)

27 de Março de 2024, 23:14

Essa semana vamos falar do Teatro,  a terceira arte!


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ComédiaMarcelo Guaxinim, Jujuba Vilela Drama: Fernando Maffia 

Edição, Suor e… AçãoTalk’ nCast.

Ontem — 27 de Março de 2024Tecnologia

Você quis dizer Levenshtein? Parte 1

27 de Março de 2024, 13:00

Em algum dia da sua vida você possivelmente digitou alguma palavra de forma incorreta e foi educadamente corrigido por um software. O Editor de Texto Microsoft Word, por exemplo, marcou a gramática de muita gente com este recurso.

Imagem do mascote clássico do Microsoft Word, o clips de papel Clippy. Na imagem, um clips de papel com dois olhos.

Contudo, você já parou para imaginar qual é a lógica existente nesse processo de correção gramatical?

Irei lhe apresentar, neste e em outros artigos, um algoritmo que mede de forma bastante engenhosa a similaridade entre duas palavras e que, por consequência, também é utilizado em outros  campos do conhecimento como Análise de DNAInspeção de Direitos Autorais e até mesmo Identificação de discurso de ódio em Redes Sociais.

 

Conceito Inicial

Em 1965 um Matemático Russo chamado Vladimir Levenshtein apresentou ao mundo um conceito chamado de Distância Levenshtein, que calcula, através de um conjunto de regras, se duas palavras são similares ou não.

Fotografia da pesquisador Russo, falecido no ano de 2017, responsável por grandes contribuições em diversos campos.

Em suma, o algoritmo criado por esse famoso cientista monitora a utilização de 3 tipos básicos de operações de edição (inserção, remoção e substituição).

A quantidade de vezes que essas operações precisam ser utilizadas para igualar duas palavras é entendida como a distância entre elas.

Desse modo, a técnica inventada pelo Russo recebeu duas nominações distintas: alguns a chamam de Distância de Levenshtein e outros de Distância de Edição.

Para um melhor entendimento, veja os exemplos abaixo:

  • Para igualar a palavra Bola com a palavra Bela é necessário realizar uma operação de substituição (substituir a letra o pela e). Logo a distância entre as duas é 1.
  • Para igualar a palavra Novo com a palavra Nosso é necessário realizar 2 operações (substituir a letra v por s e inserir a letra s mais uma vez). Logo a distância entre as duas  é 2.
  • Para igualar a palavra Todos com a palavra Todo é necessário realizar uma operação de remoção (a letra s no final). Logo a distância entre elas é 1.

Contudo, se pra nós humanos a atividade de identificar a distância entre palavras pequenas como Nosso, Novo, Bela e Bola é trivial,  ensinar computadores a fazer o mesmo trabalho pode ser um pouco mais trabalhoso.

 

Complicando as coisas

Em princípio é importante definir que uma letra vazia e sem nenhum caractere (sinalizada aqui por duas aspas simples) será o ponto de partida para construímos o nosso raciocínio.

No livro Algoritmos , Sanjoy Dasgupta representa esse caractere vazio  com um  sublinhado (_).  Portanto, fique a vontade para substituir as aspas por algum outro caractere especial.

Assim sendo, a  tabela abaixo exibe a distância entre um caractere vazio e fragmentos da palavra Bola.

Caracter Palavra Distância
0
B 1
BO 2
BOL 3
BOLA 4

De tal sorte que o comportamento se repete, quando trocarmos a palavra por Bola por Bela. 

Caracter Palavra Distância
0
B 1
BE 2
BEL 3
BELA 4

Finalmente, quando colocamos as duas tabelas juntas, temos a seguinte configuração

B BO BOL BOLA
0 1 2 3 4
B 1
BE 2
BEL 3
BELA 4

 

Conclusão

Decerto chegamos em um ponto onde a inserção do conceito de Programação Dinâmica se tornou inevitável.

O que torna tudo um pouco mais complexo e eventualmente mais fascinante.

Para ganharmos dinamismo quando formos retomar o assunto na parte 2 eu resumi a última tabela mostrada, para o modelo abaixo (que é o encontrado em diversos livros e que num primeiro contato, parece ser meio confuso).

B O L A
0 1 2 3 4
B 1
E 2
L 3
A 4

Eu espero muito que todas as ideias tenham ficado claras para você até o momento. E antes de qualquer coisa já lhe peço para utilizar os comentários na intenção de fazer alguma observação ou dúvida sobre o assunto apresentado .

Te aguardo na próxima parte, na qual irei aprofundar um pouco mais no tema.

Muito obrigado pela leitura e um grande abraço.

 

Referências

  • Entendendo Algoritmos – Aditya Y. Bhargava
  • Algoritmos – Sanjoy Dasgupta, Christos Papadmitriou, Umesh Vazirani
Antes de ontemTecnologia

Fronteiras no Tempo #79 Questão Agrária no Brasil – parte 1

26 de Março de 2024, 13:42
Por: C. A.

A posse, a propriedade, o controle e o domínio econômico e social sobre a terra sempre foram pontos fundamentais na História do Brasil. Nesse episódio que marca o retorno da nossa atração principal em 2024, C. A., Marcelo Beraba e o estagiário Rodolfo refletem sobre as transformações sociais, econômicas e jurídicas das terras agriculturáveis desde o período colonial até o início da 1ª República. Entenda por que a questão agrícola sempre esteve no centro dos debates políticos nacionais e a importância de refletirmos sobre este tema tão caro ao dar play.

 

Arte da Capa

Arte da CapaDanilo Pastor


Financiamento Coletivo

Estamos em processo de mudança do PADRIM  para outro sistema de financiamento coletivo – novidades em breve

PIX: [chave] fronteirasnotempo@gmail.com


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O Historicidade é o programa de entrevistas do Fronteiras no Tempo: um podcast de história. O objetivo principal é realizar divulgação científica na área de ciências humanas, sociais e de estudos interdisciplinares com qualidade. Será um prazer poder compartilhar o seu trabalho com nosso público. Preencha o formulário se tem interesse em participar.

Link para inscriçãohttps://forms.gle/4KMQXTmVLFiTp4iC8


Selo saberes históricos

Agora o Fronteiras no Tempo tem o selo saberes históricos. O que é este selo?

“O Selo Saberes Históricos é um sinal de reconhecimento atribuído a:

● Práticas de divulgação de saberes ou produções de conteúdo histórico ou historiográfico
● Realizadas em redes sociais ou mídias digitais, voltadas para públicos mais amplos e diversificados
● Comprometidas com valores científicos e éticos.”

Saiba mais: https://www.forumsabereshistoricos.com/


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Contato fronteirasnotempo@gmail.com


Como citar esse episódio

Fronteiras no Tempo #79 Questão Agrária no Brasil parte 1. Locução Cesar Agenor F. da Silva, Marcelo de Souza Silva, Rodolfo Grande Neto e Willian Spengler. [S.l.] Portal Deviante, 26/03/2024. Podcast. Disponível em: https://www.deviante.com.br/?p=62016&preview=true


Expediente

Expediente

Produção Geral e Hosts: C. A, Beraba, Rodolfo Grande Neto, Willian Spengler e Beatriz Molina. Edição e Arte do EpisódioDanilo Pastor (Nativa Multimídia).


Material Complementar

Links

Há 170 anos, Lei de Terras oficializou opção do Brasil pelos latifúndios. Fonte: Agência Senado

Lei de Terras de 1850 na íntegra

Livros

ALENCASTRO, L. F. DE. O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Cia das Letras, 2000

CASTILHO, Alceu Luis. Partido da Terra: como os políticos conquistam o território brasileiro. São paulo. Editora Contexto. 2012

IANNI, Octavio. Origens agrárias do Estado Brasileiro. São Paulo: Brasiliense, 1984.

LINAHRES, Maria Yedda e SILVA, Francisco Teixeira da. Terra Prometida. Uma história da questão agrária no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1999.

MARTINS, José de Souza. O cativeiro da terra. 9ª. Edição. São Paulo: Contexto, 2020

PRADO JR., Caio. A Revolução Brasileira e a questão agrária no Brasil. São Paulo: Cia. Das Letras, 2014.

PRADO JR., Caio. Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo: Cia das Letras, 2011.

SILVA, Ligia Osório. Terra devolutas e latifúndios: efeito da lei de terras de 1850. Campinas: Unicamp, 1996.

STEDILE, João Pedro; FERNANDES Bernardo Mançano. Brava Gente: a trajetória do MST e a luta pela terra no Brasil. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 1999.


Madrinhas e Padrinhos 

Alexsandro de Souza Junior, Aline Lima, Allen Teixeira Sousa, Anderson Paz, André Luiz Santos, Andre Trapani Costa Possignolo, Artur Henrique de Andrade Cornejo, David Viegas Casarin, Elisnei Menezes de Oliveira, Ettore Riter, Flavio Henrique Dias Saldanha, Klaus Henrique De Oliveira, Luciano Abdanur, Manuel Macias, Rafael Machado Saldanha, Ramon Silva Santos, Renata Sanches, Ricardo Augusto Da Silva Orosco, Rodrigo Olaio Pereira, Thomas Beltrame, Tiago Nogueira e Wagner de Andrade Alves

Crescimento Populacional, Caos e Efeito Borboleta Explicados do Jeito Menos Interessante Possível (Parte 1)

25 de Março de 2024, 13:00

Acredito que todos tem conhecimento e usam regularmente a palavra “caos” para se referir a um evento desordenado ou fora dos padrões. Também acho que está no imaginário popular a expressão “efeito borboleta” para se referir a pequenas variações que implicam grandes resultados futuros — e também um filme meia boca dos anos 2000. E, por fim, creio que todos que tiveram aulas de geografia no colégio se lembram do fatídico “crescimento Malthusiano”, um modelo matemático apocalíptico proposto pelo economista Thomas Malthus (1766-1834) no fim século 18.

E se eu contasse que todas essas coisas se reúnem numa só área do conhecimento, que parece bem legal à primeira vista devido à essas aplicações práticas mas que exige um conhecimento sólido de cálculo diferencial e integral e equações diferenciais, além de uma certa habilidade em desenhar gráficos? Então, se preparem e sejam bem vindos ao estudo dos Sistemas Dinâmicos e a Teoria do Caos, onde descobriremos que existe imprevisibilidade em sistemas aparentemente previsíveis; entenderemos o que um pendulo duplo tem de especial e porque a previsão do tempo pode se arvorar nesse conceito para errar as suas previsões muito distantes.

Esse é o primeiro de dois textos sobre o assunto. O próximo pode ser encontrado aqui:

O MODELO POPULACIONAL

Para começar iremos analisar um certo modelo populacional. Um modelo populacional é uma ou mais equações que utilizando alguns parâmetros permitem estimar a população futura, se baseando na atual. Lembrando aqui que uma população pode ser qualquer grupo de indivíduos, não necessariamente a população de um país.

Como já comentei, o mais famoso modelo de população vem do senhor Malthus, que propôs o crescimento exponencial da população a cada tantos períodos de tempo. A quantidade de tempo não era tão importante para ele, mas o fato de que, no mesmo período a produção de alimentos cresceria de maneira linear, muito menos rapidamente.

Malthus usou os dados populacionais britânicos que ele tinha em mãos na época, mas eles não eram vastos. O censo nacional foi estabelecido na Inglaterra após a publicação de seu artigo sobre o assunto, sendo uma contribuição direta. E mesmo Malthus tendo elencado algumas variáveis que atrapalhariam o crescimento no longo prazo, ele não as colocou no modelo.

Entra em cena um rapaz Belga chamado Verhulst (1804-1849) que em um artigo de 1838 se propôs a melhorar o modelo de Malthus. Tendo em mãos dados mais abrangentes — as populações da França entre 1817-1831, da Bélgica entre 1815-1833, do condado de Essex na Inglaterra de 1811-1831 e da Rússia de 1796-1827 (embora esses últimos ele não garantia a autenticidade porque não sabia como tinham sido coletados) — ele tentou modificar a equação original, colocando um tipo de “freio” populacional.

Tanto ele como Malthus entendiam que nenhuma população conseguiria se expandir indefinidamente, por razões de espaço, competição, etc. Ele buscou uma equação que atingisse um mínimo após um certo tempo. Conforme ele diz no artigo, ele testou várias e no fim acabou ficando com uma que um colega dele tinha sugerido, um freio quadrático (o quadrado da população), análogo à uma fricção mecânica. Ele novamente avisa que não confiava muito nessa hipótese (afinal, ela não tinha muitos argumentos), mas decidiu testar e os dados foram bem correlacionados.

Agora é uma boa hora de mostrar as equações. A equação de Malthus é simplesmente uma função exponencial:

yt+1 = r*yt      (1)

A equação de Verhulst tem o freio quadrático adicionado:

yt+1 = r*yt*(1 – yt)      (2)

Essas equações sempre fornecem o valor da população do tempo seguinte em função da população no tempo atual e do parâmetro r, que é a taxa de crescimento. Lembrando que aqui o y corresponde à razão do tamanho da população e o seu valor máximo, sendo um valor entre 0 e 1 portanto, e o t ao período de tempo, podendo ser um mês, um ano ou qualquer período.

O procedimento é simples. Começamos no tempo t=0 e escolhemos um valor inicial de população. Colocamos esse valor na equação e termos o resultado do próximo tempo. Esse resultado é utilizado novamente na equação, e permite descobrir o valor do termo subsequente. Esse procedimento é repetido a quantidade de vezes desejada.

Vamos pensar o que ocorreria com alguns valores. Se nosso primeiro valor de y fosse igual a zero obviamente não haveria crescimento. Agora, se começássemos com yt = 0.6 e, digamos, uma taxa r = 0.5, o que aconteceria com os valores de yt, o tamanho da população?

Começamos com 60 % da capacidade populacional e nosso crescimento é de 0,5, ou seja, a cada período nossa população diminui de tamanho até chegar a zero.

Se testarmos outros valores de y inicial com esse r chegaríamos no mesmo resultado, mesmo que o tempo para chegar fosse um pouco diferente, como podemos ver abaixo:

Vamos testar outros valores de r, seguindo com o nosso valor inicial de yo = 0,6. Estaremos variando apenas o parâmetro r, que nesse exemplo representa a taxa de crescimento da população.

Primeiro vamos testar o valor r = 1.2. Nesse caso vemos que ainda temos uma queda, mas que o valor não tende a zero, se estabilizando em um valor especifico. Isso acontece porque agora temos um crescimento, o r é maior que 1. Mas o termo de “freio” ainda tem muito peso e puxa o gráfico para baixo, o crescimento não é suficientemente grande:

Também podemos ver que conforme subimos o valor de r temos o mesmo desenho de gráfico mas um ponto de estabilização diferente e para valores de r maiores que 2,5 temos o primeiro valor final superior ao nosso valor inicial:

Verhulst certamente não variou muito seu r, pois sabemos que populações humanas não exibem variações tão drásticas. Nem era o objetivo dele avaliar esse parâmetro, ele estava feliz com a sua equação que se adequava bem aos dados. No entanto, nós vamos fingir que restrições não existem e continuar aumentando o valor de r.

Vamos testar o valor de r = 3,1:

Vemos uma oscilação entre dois valores, que nunca se estabilizam em um valor específico como antes. O crescimento inicial é muito rápido (puxado pela grande população inicial), levando à uma superpopulação, que precisa diminuir, vertiginosamente. O modelo segue indefinidamente circulando entre esses dois valores.

Para a próxima tentativa usarei r = 3,5:

Agora vemos 4 pontos alternando periodicamente. Vamos aumentar mais uma vez, agora para r = 3,6 (percebam que os incrementos de r estão ficando cada vez menores):

Claramente temos uma periodicidade na resposta, porém é mais difícil perceber entre quantos termos estamos circulando. Por fim, testaremos r = 3.9 e qualquer valor mais elevado que esse tem o seguinte resultado:

Aqui, não conseguimos encontrar mais periodicidade nas oscilações. Eu até aumentei o número de iterações para evidenciar esse fato. Obviamente elas estão circulando em torno de uma “linha imaginária” mas não conseguimos perceber nenhum padrão específico.

Esse tipo de gráfico tem sua utilidade, mas não conseguimos perceber totalmente o que está acontecendo, não temos muito material para analisar.

No entanto, podemos gerar um outro gráfico com os mesmo dados que nos ajudará a entender melhor o sistema.

Façamos um gráfico com valor de y após muitas iterações na vertical (no nosso caso serão 30) contra os valores de r na horizontal. Teremos então o valor que y tende após várias iterações dependendo do valor de r.

Se rodarmos um programa simples podemos testar vários valores de r e computar os valores finais de y e plotá-los.

Para os valores de r entre 0 e 1 o y sempre tende a zero, portanto temos uma linha horizontal em cima do eixo das abscissas:

A partir de 1 até 3 vemos o valor de y crescendo a cada incremento de r, mas diminuindo de velocidade ao se aproximar do 3:

Quando chegamos em 3,2 vemos uma bifurcação. São justamente os dois valores que encontramos na nossa primeira análise gráfica.

Esse comportamento segue até mais ou menos o 3,5, quando vemos mais uma bifurcação, referente aos quatro pontos de oscilação. A partir de 3,5 até 4 (que é limite do r, mas isso é outra discussão), o seguinte gráfico impressionante emerge:

 

E não, não é uma falha no programa, um gato pisando no teclado ou um esboço de uma pintura do Jackson Pollock. Realmente esse é o comportamento que obtemos utilizando essa análise. Cada ponto simboliza um ponto de estabilidade e eles estão distribuídos de maneira desordenada, desorganizada, sem padrão específico… me parece que falta uma palavra que descreveria exatamente esse comportamento: CAÓTICO.

Sim, esse gráfico, chamado de Diagrama de Bifurcação, é uma das maneiras que conseguimos visualizar o aparecimento do caos em um sistema. Lembrem-se: começamos a nossa análise com uma equação muito simples, uma equação quadrática, que vemos no ensino médio. Pior ainda, a análise, mesmo que utilizando algumas modificações representava bem um fenômeno real relativamente simples, que é o crescimento de populações.

Fazendo uma análise mais rigorosa, há outro ponto importante de se considerar. Ao contrário de sistemas como os da física quântica, onde temos uma imprevisibilidade inerente, ou sistemas que sabemos que possuem flutuações aleatórias, como uma bolsa de valores, nosso modelo era determinístico. Esperaríamos que o comportamento da equação fosse constante e previsível para quaisquer valores, quando na verdade ele é justamente o contrário, imprevisível.

Se nada faz sentido até agora, não se preocupe, é assim que funciona. Esse é um tipo de conteúdo que é preciso “sentir” mais que entender.

Após esse exemplo ilustrativo (vagamente inspirado em uma artigo de 1976 e um vídeo do youtube) veremos na parte 2 a história do descobrimento do caos, alguns exemplos de sistemas caóticos (o famoso “efeito borboleta”) e lembraremos da maior honraria que um campo de estudo pode receber: ser colocada como trama do Jurassic Park!

 

REFERÊNCIAS E LINKS LEGAIS

Artigo de 1976 que demonstra e explica mais profundamente o comportamento dessa equação.

Vídeo do canal Veritassium, inspirado no artigo e que por sua vez me inspirou à escrever esse texto 

 

A Vila Oculta da Shelly (GuaxaVerso #105)

24 de Março de 2024, 16:05

GuaxaVerso destrinchando episódios e respondendo comentários! Se Flopar nunca existiu. Até porque…. Nunca existiu mesmo.

Esta semana vamos falar tudo sobre o episódio de 159.


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Edição: Marcelo Guaxinim.

“Sergio’s Magic Dustbin ” Kevin MacLeod (incompetech.com)
Licensed under Creative Commons: By Attribution 4.0 License
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Games no Lab: Mentiras, radiação, soulslike, elixir da vida eterna e energia nuclear

22 de Março de 2024, 13:00

Pinóquio, o personagem clássico criado por Carlo Collodi e originalmente publicado em forma de folhetins entre 1881 e 1883, antes de ser compilado em um único volume, “As Aventuras de Pinóquio”, em 1883, tem um papel significativo na cultura popular. Sua história foi adaptada em diversas formas de mídia. A versão animada da Disney, “Pinóquio” (1940), é uma das adaptações mais conhecidas e populares. O filme da Disney ajudou a solidificar o personagem na cultura popular, introduzindo músicas icônicas como “When You Wish Upon a Star“. 

O personagem também apareceu em outras adaptações cinematográficas e animações ao longo dos anos, tanto em filmes tradicionais quanto em produções mais modernas, no caso, o game Lies of P é uma delas.

Nessa adaptação, um novo tipo de mineral foi descoberto na cidade de Krat, mineral esse que foi usado para dar “vida” aos títeres que movimentam toda a cidade, fazendo todos os trabalhos braçais possíveis. Mas que mineral é esse? Existe algo no nosso mundo parecido com isso? Então tenha cuidado para seu nariz não crescer, pois hoje exploraremos o mundo de Lies of P e aprenderemos mais sobre radioatividade.  

Ah, vale lembrar que precisaremos explorar a lore do game, então pode ter certeza de que nesse texto teremos muitos spoilers. Continuando…

Lançado em setembro de 2023 e desenvolvido pela Round8 Studio, o game apresenta a envolvente narrativa do títere Pinóquio, despertando em uma estação de trem deserta na caótica cidade de Krat.

Imerso no turbilhão de loucura que assola o local, Pinóquio embarca em uma jornada épica para localizar seu criador, o mestre Geppetto. Nesse cenário de calamidade urbana, ele enfrenta desafios e adversidades, buscando não apenas encontrar Geppetto, mas também descobrir a verdade sobre sua própria existência e aspirações.

Imagem 1: Até parece o Timothée Chalamet, mas na verdade é o Pinóquio do game. A imagem mostra uma rapaz de cabelos compridos segurando, com sua mão mecânica, um cristal azulado.

Na história do game, alquimistas se estabeleceram em Krat e descobriam uma rica mina de Ergo. Um alquimista e inventor de destaque, Giuseppe Geppetto, engenhosamente concebeu um coração especializado para atuar como fonte de energia para os títeres. Essa notável inovação por si só catapultou Krat de uma modesta e empobrecida cidade litorânea para uma metrópole pulsante de maravilhas. 

Os títeres começaram a assumir as tarefas braçais, emergindo como ajudantes indispensáveis. A importância do Ergo alcançou patamares tão elevados que se tornou a própria moeda da cidade, simbolizando não apenas riqueza material, mas também o motor propulsor da transformação que elevou Krat a um status de grandeza.

Porém, passadas algumas décadas, de um dia para o outro os títeres se revoltaram e começaram a destruir a cidade e a matar seus habitantes. Em paralelo a isso, muitos habitantes começaram a sofrer mutações e acabaram desenvolvendo uma enfermidade chamada Doença da Petrificação. É nesse cenário de caos e destruição que o jogador começa o game.

Imagem 2: Um cristal de Ergo encontrado no game. A imagem mostras um cristal azul, parcialmente translucido.

Ao longo do game descobrimos que a Doença da Petrificação é causada pela exposição prolongada ao Ergo, o qual além de gerar energia para os títeres, também cria ondas que podem ser usadas na comunicação com os mesmos. Ondas estas que afetam a estrutura molecular dos humanos (além de outros mamíferos que enfrentamos no game). 

Mas que propriedade o Ergo precisaria ter para ser capaz de gerar grande energia e ainda causar mutações em seres vivos? Provavelmente a primeira resposta que vem a sua cabeça é: radioatividade. E você está certo. Então vamos explorar melhor esse assunto.  

A radioatividade é um fenômeno físico natural no qual certos átomos instáveis sofrem desintegração espontânea, emitindo partículas subatômicas e radiações eletromagnéticas. Essa desintegração é acompanhada por uma transformação dos elementos originais em outros, geralmente resultando na liberação de energia. 

Os átomos instáveis, conhecidos como átomos radioativos, têm um excesso de energia em seus núcleos. Para alcançar uma configuração mais estável, eles liberam essa energia na forma de partículas alfa, partículas beta, raios gama ou outros tipos de radiação.

Imagem 3: Certas partículas têm mais penetração do que outras. Na imagem podemos ver raios alpha sendo parados por uma parede de papel, raios beta passando pelo papel e parando em uma parede de alumínio e raios gama passando pelo papel e pelo alumínio mas parando em uma parede de chumbo.

Elementos que emitem radiação podem causar mutações genéticas ao interagir com o material genético (DNA) nas células. Quando a radiação ionizante atinge o DNA dentro de uma célula, ela pode quebrar as ligações químicas na molécula de DNA. Se essas quebras ocorrerem em locais específicos, como os genes, elas podem levar à mutações. As mutações são alterações na sequência de DNA, e dependendo da natureza e da extensão dessas alterações, podem ter efeitos variados. Os elementos radioativos podem ser encontrados naturalmente na crosta terrestre, mas também podem ser produzidos artificialmente em laboratórios. 

Todas essas propriedades vistas podem ser perfeitamente aplicadas ao Ergo. Então podemos supor que ele geraria uma certa dose de radiação. Inclusive outro grande paralelo com os elementos radioativos do nosso mundo, foi sua aplicação inicial. 

Em Krat, quando os alquimistas descobriram o Ergo, imediatamente começaram a estudar suas propriedades para que fossem utilizadas para fins medicinais, inclusive prometendo a tão sonhada vida eterna. O objetivo dos alquimistas era produzir um elixir, a partir do Ergo, que prolongasse a vida humana e até mesmo levassem os humanos a um novo patamar na evolução das espécies. Porém o resultado foi apenas a morte lenda e dolorosa dos habitantes de Krat.

Imagem 4: Em seu estágio final, a Doença da Petrificação transforma os humanos em cristais de Ergo. A imagem mostra um corpo humano petrificado junto a uma parede e com cristais azuis como ramificações do corpo.

Nosso mundo, depois da descoberta da radioatividade no final do século XIX pelos excelentes trabalhos do físico francês Henri Becquerel e dos cientistas, também franceses, Marie Curie e Pierre Curie, a radiação foi erroneamente considerada, no início do século XX, como tendo propriedades curativas e rejuvenescedoras, o que levou ao uso irresponsável de substâncias radioativas em produtos de beleza e saúde.

Alguns produtos de beleza e cuidados pessoais que continham substâncias radioativas incluíam cremes faciais, pós-loções, sabonetes e até mesmo escovas de dentes. O rádio e o tório eram os elementos radioativos mais comuns usados nesses produtos. Acreditava-se, de maneira incorreta, que a radiação emitida por esses elementos poderia melhorar a textura da pele, reduzir rugas e promover uma aparência mais jovem. 

Esse contato direto com substâncias radioativas levou a sérios problemas de saúde, incluindo doenças como anemia aplástica, câncer ósseo e outros distúrbios relacionados à exposição à radiação. 

Imagem 5: Anúncios de produtos de beleza que continuam elementos radioativos, eram bem comuns no início do século XX. A imagem mostra um cartaz antigo de propaganda de um creme a base de produtos radioativos.

Felizmente, à medida em que a compreensão dos riscos associados à exposição à radiação cresceu, regulamentações mais rigorosas foram implementadas, levando à proibição gradual do uso de substâncias radioativas em produtos de beleza. A conscientização sobre os perigos da radiação aumentou, e a prática de usar radioatividade em produtos de beleza foi abandonada devido aos riscos à saúde associados a essa exposição.

Imagem 6: Apesar de já bem conhecidos os efeitos da radiação, ela ainda foi tratada como “mágica” por muito tempo é só ver o grande numero de super heróis que ganharam seus poderes através da radiação. Na imagem vemos as etapas da transformação do humano Bruce Banner no mostro verde Hulk.

Voltando ao game, se radioatividade explica as mutações causadas pelo Ergo, a radioatividade também pode explicar a energia gerada através dele. 

Giuseppe, sendo um engenheiro notável, concebeu um coração mecânico que canalizava a potência de Ergo, erguendo-se assim como o progenitor dos títeres. Esta notável criação de Geppetto desencadeou uma reviravolta transformadora, marcando o início de uma era dourada para a cidade de Krat.  

Imagem 7: O “coração” criado por Geppetto. A imagem mostra com coração mecânico com composto por engrenagens de metal e tubos.

Com o conhecimento que temos hoje, conseguimos transformar radiação em energia elétrica através de uma usina nuclear, que, de maneira simplificada, usa o combustível radioativo, ao passar por uma reação nuclear, para liberar uma considerável quantidade de energia (uma reação exotérmica).

Essa energia é transferida, na forma de calor, para uma massa de água, que ao ser aquecida, evapora e se transforma em vapor. Esse vapor é então encaminhado para uma turbina, onde sua energia mecânica resultante é aproveitada para acionar um gerador, que converte eficientemente a energia mecânica em eletricidade. O problema é todo esse processo, para que seja viável, precisa de estruturas gigantescas.

Imagem 8: O funcionamento de uma usina nuclear. Na imagem podemos ver, de maneira simplificada, o funcionamento de uma usina nuclear como mencionado no paragrafo anterior a esta imagem.

Podemos supor então que Geppetto tenha sido tão genial que o coração mecânico criado por ele, na verdade, seja um mini reator nuclear que utiliza o Ergo para gerar energia elétrica através do aquecimento de água, isso até explicaria os jatos de vapores que alguns títeres soltam. E se pensarmos que Pinóquio está andando o game inteiro com um reator nuclear instalado no peito e destruindo inimigos para recolher mais Ergo para usar como fonte de energia, com certeza isso deixa o game ainda mais macabro.

Gif 1: Sabe quem mais tem um reator nuclear no peito? Ele mesmo, Gipsy Danger. O gif mostra o robô gigante Gipsy Danger, do filme Pacific Rim, debaixo de uma forte tempestade levando uma das mãos ao encontro do punho, mostrando que está pronto para o combate.

Ou talvez Geppetto tenha encontrado outra maneira mais eficiente de transformar radiação em energia elétrica. No nosso mundo o que não faltam são estudos nessa linha, desde nanomateriais até mesmo o uso de bactérias, mas nada até agora se provou concreto ou viável. De qualquer modo, muitas coisas que no passado eram ficção científica, hoje são “apenas” ciência. Fica o desafio para os nossos futuros cientistas.

E chegamos ao fim de mais um texto. Lies of P é bem mais que um game parecido com Bloodborne, é um souslike que possui alma própria e consegue se destacar dos concorrentes fazendo uma releitura do clássico de Carlo Collodi juntando um pouco de ficção científica no meio. Apesar de não ser uma game fácil, deixo a recomendação para que experimentem, a ambientação e a história são cativantes. 

E você, já jogou Lies of P? Curte um soulslike? Também deixe aí nos comentários críticas ou sugestões. Até a próxima.  

Fontes: Wikipédia, Wiki Lies of P, The Gamer, Brasil Escola, Defesa Cível CESTGEN, Jornal da USP e Tilt UOL 

Klara Castanho, Indenizações e Tik Tok nos EUA (SciCast #584)

22 de Março de 2024, 04:05

Quais os desdobramentos do caso da atriz Klara Castanho e os seus dados médicos vazados por um hospital de uma grande rede de hospitais? Por que no Brasil as indenizações são dessa forma? Por que o Tik tok pode ser banido dos EUA? O que a China tem a ver com isso? Como as eleições podem influenciar essa questão?

 

 

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Contatos:

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Expediente:

Produção Geral: Tarik Fernandes

Equipe de Gravação: Tarik Fernandes, Marcelo de Matos, Marcos Sorrilha, Túlio Monegatto Tonheiro

Edição: TalknCast

Citação ABNT: Scicast #584: Klara Castanho, Indenizações e Tik Tok nos EUA. Locução: Tarik Fernandes, Marcelo de Matos, Marcos Sorrilha, Túlio Monegatto Tonheiro. [S.l.] Portal Deviante, 22/03/2024. Podcast. Disponível em: https://www.deviante.com.br/podcasts/scicast-584

Arte: (Florence Lo/Illustration/Reuters)


 

O homem quer ser livre, mas a segunda-feira sempre chega

20 de Março de 2024, 13:00
Por: G.A

Ouvi dizer, em alguns destes vídeos em que a maioria de nós perde muito tempo hoje em dia. É o seguinte: o homem quer ser livre, mas a segunda-feira sempre chega (risos). Não é coincidência que, na Bíblia, a punição divina pelo pecado original foi, entre outras coisas, o trabalho. Em Gênesis 3, 17 – 19, Deus condena a terra, diz ao homem que se alimentará dela com fadiga, que obterá o pão com o suor do próprio rosto.

Desde os tempos mais antigos, seja na caça e coleta do homem primitivo, ou no plantio e colheita após a revolução agrícola, o trabalho continuou.

A pedra lascada transforma-se em arma, as calças jeans são produzidas para vestir, os livros para ler e até mesmo foguetes (que dão ré) para lançar satélites. A interface cérebro máquina para devolver o movimento àqueles que o perderam (Nicolelis; 2011).

Veja, o urso polar precisou de milhares de anos para se adaptar ao clima frio. Nós podemos reconhecer isto e utilizar a sua pele, algodão ou microfibra de poliéster para produzir um casaco e habitar este mesmo ambiente.

Podemos também atravessar voando o oceano em horas, assim como as aves migratórias, sem possuir as asas.

Desde o trabalho mais simples, até o mais complexo, estamos constantemente analisando a realidade, projetando-a em nossas mentes, planejando e executando trabalho, repetindo este processo ao longo da história.

Acredite você ou não em algum Deus, ou em punição divina, isto é um fato, somos “condenados” a trabalhar, é uma condição humana.

Enquanto você lê isto, muitos de nós estão trabalhando, nos mais distantes e diversos lugares do mundo. É assim que criamos, coletivamente, tudo o que é, e o que não é, necessário para a nossa sobrevivência.

Transformamos a natureza, hoje em níveis inimagináveis, através do trabalho e ele próprio vem nos transformando no decorrer de seu processo.

Desta perspectiva o trabalho parece algo incrível, nosso “super-poder”, nos diferenciou de nossos “primos” primatas, nos transformou em “homens”.

Em teoria somos o único animal livre, podemos decidir, não seguimos “simplesmente” a natureza.

Na prática essas liberdades não são concretas, somente podemos usufruir de todas essas maravilhas construídas pelo trabalho humano na medida em que temos tempo e, principalmente, dinheiro para pagar por elas.

No momento em que desenvolvemos nossas forças produtivas a um nível que permitiu que alguns não trabalhassem, o homem passou a dominar e explorar o homem, condenando alguns ao trabalho, pôde ver-se livre deste “castigo divino”.

E para libertar-se ele se utiliza de quaisquer que sejam os meios disponíveis em seu tempo, seja a violência propriamente dita, o Estado, o Direito ou as “Fake News”.

Como a maioria não é possuidor de capital, é trabalhador, a maior parte dos humanos modernos, vivendo sob a égide do capitalismo, em que tudo se transforma em mercadoria, vende sua força de trabalho para comer, morar e assistir, temendo a chegada da segunda-feira.

Mesmo tarefas que eram vistas como “libertadoras”, ou menos repetitivas, como a científica ou a artística, hoje sofrem com a pressão da necessidade desenfreada de produzir para gerar lucro.

Artistas saíram as ruas para que suas imagens não fossem reproduzidas com I.A (Inteligência Artificial) e eles não recebessem nada por isso.

Estamos sobrecarregados, seja na meta de vendas, nos prazos urgentes, nas metas anuais de artigos científicos ou na quantidade de posts em diversas redes sociais.

Trabalhamos excessivamente para pagar as contas e querem nos fazer acreditar que somos empreendedores de nós mesmos, é a mistificação do trabalho intermitente em empreendedorismo, como nos ensina Ricardo Antunes. Empreendedores fazem seu próprio horário, mas sempre trabalham mais de 12 horas/dia.

O homem quer ser livre, mas a segunda-feira sempre chega.

A precarização e uberização do trabalho se mostra uma realidade para além dos motoristas e entregadores.

Ao mesmo tempo, toda mudança no trabalho e o imenso desenvolvimento tecnológico transparecem um conhecimento geral: o excedente produzido hoje é enorme.

Desde que me lembro, os supermercados sempre tiveram prateleiras cheias. Mas não foi sempre que tivemos condições de consumir tudo o que queríamos.

Humanos morrem de fome ao lado desses imensos armazéns abarrotados de comida de todos os tipos e lugares do mundo, apenas por não terem como pagar por ela. É neste mundo em que vivemos.

A alimentação não é tratada de maneira diferente de qualquer outra mercadoria, portanto fica “exposta” à “lei” da oferta e demanda.

É claro a todos que: o objetivo primário do planejamento estatal, quando  existe, não é satisfazer as necessidades do povo. Mudam-se os governantes e tudo permanece quase o mesmo.

Milhões passam fome no Brasil, não têm rede de esgoto ou sequer acesso à água potável, estão desempregados ou em subempregos e a educação só piora.

Parafraseando Marx e ao contrário do que Descartes dizia, não pensamos, logo existimos.

Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem segundo a sua livre vontade; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado. A tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos.

Nós existimos, logo pensamos. E é na medida em que crescemos e nos constituímos como ser social que desenvolvemos nossa consciência e através dela, nossas singularidades.

Então é claro que tendo esta experiência com o trabalho, que toma a maior parte de nossos dias, e parte dele quase sempre é apropriada por outro, seja pelo rei, pelo senhor ou pelo burguês, boa parte de nós deseja se ver livre dele.

Trabalhamos e não vemos resultado, e apesar de tudo que fizemos, ainda vivemos como nossos pais, como diriam Elis e Belchior.

2024, o mundo continua condenando potenciais Einstein’s e Curie’s ao trabalho de Sísifo. E continuamos precisando imaginar Sísifo feliz.

Embora o trabalho nos apareça assim, como dito no início esta não é a sua essência, trabalho não é o oposto de liberdade.

É graças ao trabalho que podemos fazer uma vídeo chamada com um amigo do outro lado do mundo, estarmos mais próximos mesmo à distância.

Desenvolvemos a medicina e fomos capazes de superar inúmeras doenças.

Hoje somos capazes de produzir este enorme excedente, excedente que permitiria alimentar a todos.

Tudo o que está à sua volta, seja o dispositivo onde você está lendo isto ou a roupa que está vestindo é fruto do trabalho de alguém, mas provavelmente gerou lucro para quem nada produziu.

Trabalhamos, é assim que obtemos o pão, com o suor do próprio rosto. Ao menos a maioria de nós.

 

Referências:

ANTUNES, Ricardo. O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviços na era digital. São Paulo: Boitempo, 2018.

MARX, Karl. O Dezoito Brumário de Louis Bonaparte. São Paulo: Centauro, 2006.

MARX, K. O Capital – Livro I – crítica da economia política: O processo de produção do capital. Tradução Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo, 2013.

Fronteiras no Tempo: Giro Histórico #15 Racismo Estrutural

19 de Março de 2024, 12:59
Por: C. A.

O Fronteiras no Tempo: Giro Histórico conta em seu 15 episódio com a participação dos historiadores Anderson Couto e C. A, que abordam o conceito de Racismo Estrutural. Couto explica de forma detalhada tanto o histórico quanto a elaboração do conceito. Na sequência C. A. fala sobre os usos e distorções das explicações elaboradas pelo jurista, filósofo e ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida na sociedade brasileira atual.

Arte da Capa

Arte da CapaBeatriz Molina


MENCIONADO NO EPISÓDIO

Links

O QUE É RACISMO ESTRUTURAL? | Silvio Almeida

INSTITUTO MÍDIA ÉTNICA

CORREIO NAGÔ: A INFORMAÇÃO DO SEU JEITO

[Coluna André Santana] Racismo estrutural, alegado por Wanessa Camargo, não é álibi para racistas

Livros sobre Racismo Estrutural

Infopen 2023


Financiamento Coletivo

Estamos em processo de mudança do PADRIM  para outro sistema de financiamento coletivo – novidades em breve

PIX: [chave] fronteirasnotempo@gmail.com


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O Historicidade é o programa de entrevistas do Fronteiras no Tempo: um podcast de história. O objetivo principal é realizar divulgação científica na área de ciências humanas, sociais e de estudos interdisciplinares com qualidade. Será um prazer poder compartilhar o seu trabalho com nosso público. Preencha o formulário se tem interesse em participar.

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Selo saberes históricos

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“O Selo Saberes Históricos é um sinal de reconhecimento atribuído a:

● Práticas de divulgação de saberes ou produções de conteúdo histórico ou historiográfico
● Realizadas em redes sociais ou mídias digitais, voltadas para públicos mais amplos e diversificados
● Comprometidas com valores científicos e éticos.”

Saiba mais: https://www.forumsabereshistoricos.com/


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Contato fronteirasnotempo@gmail.com


Como citar esse episódio

Fronteiras no Tempo: Giro Histórico #15 Racismo Estrutural. Locução Cesar Agenor F. da Silva e Anderson Couto. [S.l.] Portal Deviante, 19/03/2024. Podcast. Disponível em: https://www.deviante.com.br/?p=61777&preview=true


Expediente

Produção Geral e Host: C. A. Arte do Episódio: Beatriz Molina. Edição: C. A.


Trilha sonora utilizada

Birds – Corbyn Kites

Wolf Moon – Unicorn Heads

Dance, Don’t Delay de Twin Musicom é licenciada de acordo com a licença Atribuição 4.0 da Creative Commons. https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Fonte: http://www.twinmusicom.org/song/303/dance-dont-delay

Artista: http://www.twinmusicom.org


Madrinhas e Padrinhos 

Alexsandro de Souza Junior, Aline Lima, Allen Teixeira Sousa, Anderson Paz, André Luiz Santos, Andre Trapani Costa Possignolo, Artur Henrique de Andrade Cornejo, David Viegas Casarin, Elisnei Menezes de Oliveira, Ettore Riter, Flavio Henrique Dias Saldanha, Klaus Henrique De Oliveira, Luciano Abdanur, Manuel Macias, Rafael Machado Saldanha, Ramon Silva Santos, Renata Sanches, Ricardo Augusto Da Silva Orosco, Rodrigo Olaio Pereira, Thomas Beltrame, Tiago Nogueira e Wagner de Andrade Alves

Lugares afundando

18 de Março de 2024, 13:00

O crescimento do nível do mar é um dos tópicos mais discutidos dentro do tema de Mudanças Climáticas. Em meio às potencialmente terríveis consequências, cientistas nos apresentam um quadro assustador para o futuro.

Recentemente, o artigo Disappearing cities on US coasts (Cidades desaparecendo nos litorais dos EUA), publicado na Nature e chefiado pela Universidade de Virginia, chamou minha atenção.

O artigo consiste na analise do potencial de inundação de 32 cidades costeiras dos Estados Unidos, as descobertas são preocupantes, de acordo com o artigo, até 2050:

  • 1 a cada 50 pessoas que residem nas áreas será afetada;
  • Entre 500 e 700 milhas quadradas de terra serão afetadas;
  • Mais 176 e 518 mil pessoas em risco;
  • O valor em propriedades expostas está entre 32 e 109 bilhões;

Além disso, o artigo também analisa os aspectos econômicos das zonas afetadas, chegando à conclusão de que a grande maioria dos pontos afetados se encontram onde residem minorias e pessoas com menor concentração de renda.

A previsão citada acima é para 2050, quando se pensa no aumento do nível do mar, geralmente imaginamos que se trata de um problema a longo prazo, mas não, a estimativa de 2050 é curta, está apenas a 26 anos no futuro — se falharmos, veremos esse estrago ao longo das próximas poucas décadas.

O artigo comenta também a falta de preparo mesmo das cidades norte americanas para lidar com o problema eminente. Das 32 cidades, apenas 10% estão trabalhando formar de barrar o avanço da água para lugares que estão em risco, 90% delas não apresentam planos de proteção.

A leitura dos conteúdos me fez pensar nas consequências da mudança climática com relação a alagamentos — quais são elas e como alguns dos lugares afetados estão reagindo.

 

Atlantis? Não, Tuvalu.

Tuvalu é uma nação composta por uma ilha localizada em meio ao Oceano Pacífico e é, até onde se espera, potencialmente a primeira nação a desaparecer por completo devido ao aquecimento global. Estando poucos metros acima do nível do mar, se espera que a ilha suma quase que por completo nas próximas décadas.

Na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), o ministro de Tuvalu discursou dentro do mar, a cena emblemática buscava chamar atenção para o problema que o país enfrenta. Essa não foi a primeira ação do tipo promovida pela nação, no passado, representantes de Tuvalu já disseram ironicamente que as mudanças climáticas foram positivas para a educação no país, visto que surgiu a necessidade de profissionalizar o povo, já que eles terão que imigrar para outros lugares em breve; em outra situação, foi divulgada a tentativa de fazer uma cópia virtual da ilha para o Metaverso.

Descrição da imagem: Ministro de Tuvalu fazendo discurso no Oceano, com as pernas dentro da água, para a COP26. Fonte.

 

Não paramos por aí

Durante a pesquisa, me deparei com o artigo Global coastal hazards from future sea level rise (Riscos costeiros globais da elevação futura do nível do mar), que apresenta uma lista de problemas que podem ser causados como decorrência da elevação do mar, dentre eles:

  • Inundações Permanentes: o óbvio, aquilo que vem a mente quando discutimos esse tópico.
  • Erosão Costeira: a elevação do nível do mar também acelera o processo de erosão costeira. Com o mar avançando sobre a terra, as áreas costeiras começam a desaparecer, alterando a paisagem e destruindo ecossistemas inteiros.
  • Intrusão de água salgada: outro impacto da elevação do nível do mar é o aumento da intrusão de água salgada em rios e estuários, e também a infiltração em aquíferos costeiros. A penetração de água salgada rio acima será semelhante à que ocorre atualmente durante secas extremas, quando o escoamento do rio diminui.
  • Inundações Recorrentes: desastres ambientais mais frequentes devem ser mais recorrentes, isso inclui furacões, tufões, secas e, é claro, inundações em diversas áreas.

O relatório do IPCC publicado em 2022 reafirma essas previsões, e também aponta uma série de novas consequências sentidas no presente ou projetadas para o futuro, dentre elas:

  • Imigração Forçada: uma consequência devastadora da elevação do nível do mar é a deslocação de pessoas. À medida que as áreas costeiras se tornam inabitáveis, milhões de pessoas em todo o mundo serão forçadas a se deslocar para o interior. Isso pode resultar em grandes desafios sociais, econômicos e políticos, já que os refugiados climáticos procuram novos lugares para viver.
  • Saneamento e higiene: a mudança climática ameaça a segurança hídrica local, aumentando a escassez de água, enchentes e doenças relacionadas à água. O impacto será mais severo em países de baixa e média renda. As projeções indicam um aumento de 2,2 milhões de casos até 2100 em Bangladesh e 48.000 mortes de crianças menores de 15 anos por diarreia até 2030.
  • Ecossistemas de água doce: o aumento da temperatura da água provavelmente causará mudanças na distribuição de espécies e agravará os problemas de qualidade da água. Alterações na precipitação e temperatura irão prejudicar diretamente as espécies de água doce e perturbar seus habitats. Isso poderia levar a:
    • Menor abundância de peixes e outras formas de vida aquática;
    • Deslocamentos de espécies em direção a áreas mais frias;
    • Mudanças nas teias alimentares e processos do ecossistema;
    • Perda de biodiversidade, particularmente em altas altitudes;
    • Aumento do risco de extinção para espécies de água doce;
    • Formação de ecossistemas inteiramente novos com espécies invasoras.
  • Secas: a área total de terra sujeita ao aumento da frequência e severidade de secas irá se expandir. Além disso, no Mediterrâneo, sudoeste da América do Sul e oeste da América do Norte, a futura aridificação vai superar em muito a magnitude da mudança observada no último milênio.
  • Indígenas: o relatório mostra que diversos povos indígenas vem sido afetados por mudanças climáticas no mundo todo, no capítulo 4, há uma tabela dedicada a dezenas de exemplos de povoamentos, junto dos problemas enfrentados, tomei a liberdade de traduzir em uma planilha:

    Tabela: Povos Indígenas do mundo todo afetados por perigos climáticos relacionados a água. Traduzido de Fonte.

O futuro a nossa frente será difícil. Somente dando ouvidos à comunidade científica e demandando que as forças com poder tomem decisões positivas pode ser que teremos uma chance de evitar catástrofes cada vez piores.

 

Referências

Chute 336 – Eleições em Portugal

16 de Março de 2024, 00:02

Neste episódio Débora Prado e Carol Pavese discutem o resultado das eleições em Portugal. Aperte o play!

Para apoiar o Chutando a Escada, acesse chutandoaescada.com.br/apoio

Comentários, críticas, sugestões, indicações ou dúvidas existenciais, escreva pra gente em perguntas@chutandoaescada.com.br

Participaram deste podcast:

  • Débora Prado
  • Carol Pavese

Trilha sonora:

  • Artigo 21 – Ódio Não É Amor
  • Artigo 21 – Contradição

Capa do episódio:

Física e Comida 2: como as coisas esquentam

15 de Março de 2024, 13:00

Este é o segundo da nossa série de textos da coleção “coisas de física que podem ajudar você a cozinhar, ou a fazer comentários curiosos enquanto outra pessoa cozinha para você”, ou CDFQPAVACOAFCCEOPCPV, para abreviar. Talvez essa coisa de usar siglas funcione melhor com títulos curtos, mas vamos ao que interessa.

Cozinhar alguma coisa é, na maioria das vezes, aquecer a comida crua para transformar ela em uma outra coisa. Os alimentos são formados por moléculas que nunca estão constantemente paradas. Se você pudesse dar um grande zoom, veria que as moléculas na realidade estão sempre vibrando, sacudindo de um lado pro outro. Aquecer alguma coisa no fundo é transferir energia para essas moléculas, fazendo elas sacudirem mais.

(Inclusive, a “temperatura” nada mais é do que um número que mede o quanto essas moléculas estão sacudindo. Maior temperatura significa moléculas mais agitadas. Não é emocionante? Você espeta um termômetro em alguma coisa e aparece um número ali, que diz se as dezenas de milhares de moléculas ali dentro, pequenas demais pra gente ver, estão sacudindo muito ou pouco. Se isso não soa legal pra você, não sei o que seria capaz de tocar seu coração gelado.)

 

Aquecendo os alimentos

No caso do alimento, aquecer significa fazer as moléculas sacudirem ali dentro cada vez mais rápido, até que elas se batem com força suficiente para reagirem e formarem novos compostos e sabores. Na cozinha, há vários jeitos de aquecer o alimento até que essa magia aconteça: fritando, assando, na água etc. Cada um desses jeitos vai produzir uma coisa diferente. Hoje vamos falar sobre principalmente sobre os assados no forno, e como eles diferem de outros jeitos de cozinhar alguma coisa.

Assar alguma coisa é basicamente enfiar esse alimento dentro de um forno quente. Nesse ambiente, duas coisas aquecem o alimento: o infravermelho e o próprio ar.

 

O infravermelho, seu amigo invisível e quentinho

Infravermelho é uma forma de radiação eletromagnética, que é um jeito elegante de dizer que é um tipo de luz que nosso olho não consegue ver, e que transporta energia de um lado pro outro. O seu corpo, por exemplo, está constantemente mandando um pouquinho de calor pro ambiente na forma de infravermelho. É isso, inclusive, que é detectado pelos termômetros de infravermelho. A quantidade de infravermelho que sai da sua testa depende da temperatura dela, e o termômetro mede essa quantidade pra saber se você está com febre.

Aquelas famosas “câmeras de calor” que aparecem nos filmes também detectam isso, o infravermelho que sai dos objetos. Coisas mais quentes emitem mais infravermelho (IV) que coisas frias, então analisando o IV que sai dos objetos é possível ter uma noção da sua temperatura.

No forno, a própria chama do gás (ou calor do grill, se for um forno elétrico) produz infravermelho que transporta calor diretamente para o alimento. As paredes aquecidas também se tornam fontes de infravermelho, ajudando a distribuir calor de todos os lados para o alimento.

O papel alumínio tem a função de refletir esse infravermelho: ele é como um espelho, que reflete o infravermelho invisível junto com a luz. Por isso o copo Stanley é espelhado por dentro! A ideia é impedir que parte do infravermelho que tenta entrar no alimento consiga entrar, e ao mesmo tempo impedir que parte do infravermelho que tenta sair do alimento consiga sair. Isso faz com que o alimento cozinhe melhor por dentro antes de cozinhar demais por fora. Também ajuda a reter umidade, e não faz a menor diferença se você deixa o lado “mais brilhante” pra dentro ou pra fora, aliás.

 

Ar (avatar Aang, é você?)

Já o ar dentro do forno naturalmente faz um movimento de “sobe” e “desce”, conhecido como convecção. Ar quente sobe, ar frio desce. O ar quente em volta do alimento o aquece e ajuda também a evaporar umidade da superfície. Um ventilador dentro do forno, presente em alguns modelos inclusive, acelera esse movimento do ar, e torna o cozimento do alimento mais eficiente.

O que acontece é que o ar toca no alimento, aquece esse alimento, mas em troca disso o próprio ar agora está um pouquinho mais frio. Com um ventilador, o tempo inteiro o ar em volta do alimento é soprado longe e substituído por um novo ar recém aquecido. Por sinal, isso ajuda também a arrastar umidade pra fora da superfície. Isso é a base de uma air fryer e dos fornos de convecção.

É interessante que um forno a 250°C é muito mais quente que uma panela de água fervendo (o que acontece a uns 100°C) – mas cozinha os alimentos de maneira mais lenta. Uma batata numa panela com água fervendo a 100°C cozinha mais rápido do que em um forno a 250°C!

O principal motivo é que o ar, na verdade, é um péssimo condutor de calor: a água é feita de moléculas muito mais “juntinhas” do que o ar (mais densa, pra ser mais técnico). Isso faz com que a água transfira energia pra dentro do alimento muito mais rápido do que o ar. Se você tiver a brilhante ideia de meter a mão em uma panela de água fervendo a 100°C, ela vai queimar muito mais rápido do que se você colocar a mão dentro do forno ligado. (Meu advogado sugeriu deixar claro o seguinte: NÃO FAÇA ISSO!!!)

 

A eficiência de assar

Apesar da demora, os fornos conseguem levar os alimentos a uma alta temperatura e remover bastante umidade da superfície, produzindo assados dourados e crocantes. Se você cozinhar o alimento na água, a superfície definitivamente vai ficar molhada, e não vai chegar em temperaturas altas o suficiente para dourar a maioria dos alimentos. Por isso, por exemplo, uma carne pode ficar bem cozida na água, mas com aquela superfície de aspecto sem graça.

As reações de Maillard, reações químicas responsáveis pelo dourado de uma carne, só começam a acontecer quanto a temperatura atinge cerca de 115°C. A caramelização de açúcares requer temperaturas ainda maiores, por volta dos 165°C. Mas a temperatura da água não consegue subir até mais de 100°C enquanto ela ainda está líquida (a menos que você use uma panela de pressão – assunto para outra hora). A consequência é que a maioria dos alimentos só consegue dourar em um ambiente capaz de remover a umidade da superfície.

A magia da fritura também acontece assim:  o óleo consegue chegar em altas temperaturas ainda líquido. Em geral a temperatura de um óleo na fritura passa de 170°C. O óleo quente transfere calor rapidamente para a superfície, fazendo essa água da superfície virar vapor. Essas são as “bolhas” que saem quando você coloca o alimento no óleo, é a água da superfície sendo removida! A alta temperatura desidrata a superfície e esquenta ela rápido o bastante para que ela fique dourada antes que o interior fique seco. Um empanado, como um bife à milanesa, por exemplo, não só tem o papel de fornecer sabor e textura, mas de proteger o interior do alimento pra ele não secar demais enquanto cozinha.

 

Por hoje é só, pessoal!

Dessa vez paramos por aqui – estou com um bolo no forno que precisa da minha atenção! Gostou? Deixe seu comentário, compartilhe com os amigos ou, quem sabe, tatue uma frase do texto! Um forte abraço e até a próxima :)

E se fosse possível invadir o cérebro das pessoas? (SciCast #583)

15 de Março de 2024, 03:14

Contrafactual: e se fosse possível invadir o cérebro das pessoas?

O que você faria com essa habilidade? Quais seriam as consequências para a saúde mental das pessoas e para a sociedade? Como funcionaria essa invação? Quais seriam as possibilidades de modificação ou introdução de uma informação?

 

 

 

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Produção Geral: Tarik Fernandes

Equipe de Gravação: Isabela Fontanella, Iara Grisi, Patrick Buchman, Juliana Vilela

Edição: TalknCast

Citação ABNT: Scicast #583: E se fosse possível invadir o cérebro das pessoas?. Locução: Isabela Fontanella, Iara Grisi, Patrick Buchman, Juliana Vilela. [S.l.] Portal Deviante, 15/03/2024. Podcast. Disponível em: https://www.deviante.com.br/podcasts/scicast-583

Arte: Jânio Garcia


 

Sereno de Estrela (RPGuaxa #159)

14 de Março de 2024, 01:41

RPG: Realidades Paralelas do Guaxinim, ou ainda RPGuaxa é um podcast gravado na forma de RPG; a cada episódio nosso Mestre Guaxinim apresenta um mundo novo aos jogadores e, juntos, criam uma nova história.

Todo programa é uma aventura única, uma história com inicio, meio e fim.

Tema do Episódio: Fantasia Medieval, Guerra.


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Produção e Edição Final: Marcelo Guaxinim.

Edição: Rafael Zorzal

Jogadores do Episódio: Fabi Belo, Adriano Trotta e Rafael Andrade

Música: “Morning” Kevin MacLeod (incompetech.com)
Licensed under Creative Commons: By Attribution 4.0 License
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

QUEM APOIA ESSE PROJETO: Adienny Silva; Adriana Cristina Alves Pinto Gioielli; Adriano Contreras Alberto; Agata Sofia; Alan Godoy De Quevedo; Alberto Dias De Souza; Alcides Junior; Alessandro Freitas; Alex Primo Brustolin; Alex Wiedermann; Alexandre Acioli; Alexandre Chagas Pelegrineli ; Alexandre Dotto; Alexandre Yuji Iwashita; Alisson Fernandes; Allan Felipe Rocha Penoni; Allen Teixeira Sousa ; Allyson Araujo; Ana Kurata; Anderson Bonfar; Anderson Camatari Vilas Boas; Anderson Furtunato; Anderson Key Saito ; André Gebran; Andre Toshio Freire Miyamoto; Andre Trapani Costa Possignolo; André Bernardo; André Luiz Pereira; Angélica Lyssa; Anselmo Joao Conzatti; Anthony Cuco; Antonio Carlos De Souza; Apophillis; Ariel N. 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OBRIGADO A TODOS! E ESPERO LER SEU NOME NO PRÓXIMO GUAXAVERSO!

Novelas Coreanas, Turcas, Tailandesas e o Fim do Amor Ocidental (Miçangas #206)

13 de Março de 2024, 22:58

Era pra falar de doramas, mas acabamos colocando amizades em jogo e discutindo o amor.


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Edição, Suor e… EscorpiõesTalk’ nCast.

Mitos da alimentação: pipoca é um petisco saudável?

13 de Março de 2024, 13:00

Provavelmente pipoca é o petisco mais acessível do mundo. É muito difícil encontrar alguém que, por opção, não goste nem um pouco desse alimento tão apetitoso. Pela facilidade de produção, a pipoca é presença garantida em eventos, festas públicas, espetáculos itinerantes, cinemas, mostras, praças e locais de grande circulação de pessoas. 

Mas não somente a praticidade explica o porquê a pipoca é tão popular. Sua textura, sabor, forma, cheiro, cor… Tudo nela remete ao petisco perfeito. Mas será que podemos estar comendo-a o tempo todo? Não há nenhum problema de saúde relacionado com esse hábito?

No texto de hoje, iremos quebrar a casca de mais um mito sobre alimentos. Afinal, pipoca é um petisco saudável? Há alguma forma ideal para estarmos nos alimentando desse grão de milho esquentado? Eu espero tirar sua dúvida agora!

Muito se pensa a respeito do hábito de petiscar alimentos. Geralmente, o mesmo está associado com horários menos rígidos de refeição e padrões repetitivos de nutrientes. A prática de snacking (“beliscar”, em tradução livre) é realizada com alimentos monodoses (cada um com o seu), porcionados e agradáveis o suficiente para serem comidos em pé (consumo stand up) [1]. A pipoca, por estes quesitos, se encaixa no perfil dos petiscos.

Justamente por isso, muitos discutem sobre as propriedades nutricionais da pipoca. Afinal, associamos fortemente os petiscos com alimentos de baixo valor nutricional. Com a expansão de aparelhos microondas, há uma nova forma de esquentar o milho até a quebra da casca. Porém, novas dúvidas também surgiram com esse método mais moderno.

 

 

Imagem um: Com o avanço do mercado e da “gastronomídia” fitness há espaço para desenvolvimento de diversas receitas alternativas à pipoca [2]. Acima, uma figura anexada de uma receita de pipoca doce com aspecto caramelizado. Podemos ver uma bandeja de cerâmica derrubada ao lado de outra bandeja, ambas cheia de pipoca caramelizada. Atrás, há outra bandeja com pipoca.

 

Contudo, pelo perfil nutricional, não existem grandes perigos associados ao hábito de petiscar pipoca. Para a o milho da pipoca amarela (Zea mays L), inclusive, existem nutrientes de caráter funcional ao organismo humano. Estes são responsáveis pela regulação das mais variadas funções fisiológicas. 

Estes produtos químicos naturais, inclusive, são responsáveis pela coloração amarelada do endosperma da pipoca, a parte que fica comestível após esquentarmos o grão [3]. Estes nutrientes são conhecidos como carotenoides, responsáveis pela cor de diferentes alimentos naturais. O processamento térmico não elimina uma parte significativa desses nutrientes.

Os carotenoides presentes no endosperma são a zeaxantina, luteína, beta-criptoxantina, alfa e beta carotenos. Os dois primeiros, inclusive, possuem conhecido potencial anticâncer por serem antioxidantes à nossa fisiologia [3]. Já os carotenos, em especial, possuem capacidade de formar vitamina A, responsável pela regulação do corpo humano e de sua saúde.

Porém, não somente por isso a pipoca pode ser considerada saudável, mas também pelo seu perfil de carboidratos. Estudos comprovam a quantidade mais significativa de amido resistente nos grãos de pipoca em detrimento de grãos de trigo e arroz [4]. Respectivamente, os valores superiores alcançam facilmente 80% e 95% a mais que nesses componentes! Esse tipo de amido possui o mesmo efeito que fibra alimentar, diminuindo o índice glicêmico pela menor absorção de açúcar. 

O amido resistente é uma junção de diversas unidades de glicose e sacarose, todos bem enrolados e integrados. Ao comer esse conjunto de glicídios, podemos esperar nutrição prolongada e menor absorção de açúcares no nosso corpo. Isso sem contar a quantidade alta de fibras já presente no endocarpo — a casca da pipoca.

 

Imagem dois: Por benefícios funcionais, a farinha de pipoca virou aposta para atrair consumidores de produtos naturais [5]. Fabricação de massas alimentícias é uma alternativa viável com este ingrediente. Na figura, podemos observar uma mesa com muita farinha, um pote branco coberto do mesmo produtos e mais farinha caindo de cima.

 

Porém, para a pipoca virar um alimento 100% saudável, alguns detalhes precisam ser levados em consideração. Primeiro, devemos tomar cuidado com a quantidade de sal adicionada no petisco, bem como temperos industriais. Afinal, o sódio presente nestes itens altera a nossa pressão arterial ao longo do tempo.

Segundo, tente dar preferência aos óleos vegetais naturais ou gordura animal se for fazer na panela. Apesar de relativamente mais gostosa, a pipoca com margarina concentra mais gordura trans, responsável por uma série de problemas sistêmicos ao nosso.

De maneira geral, não despeje muito óleo na panela, pois assim irá aumentar a absorção de ácidos graxos pela pipoca e, consequentemente, o valor calórico do alimento. Procure dosar adequadamente a quantidade de óleo com a superfície de contato da panela com os grãos.

Terceiro, apesar de opcional, é procurar fazer pipoca com a utilização de panela, ou mesmo com a pipoqueira elétrica, que dispensa o óleo. Pipoca pronta de micro-ondas já vem com maior teor de sódio na sua forma de aditivo (conservante, saborizante e corante, etc.). Além disso, a gordura vegetal esterificada também marca presença em grande quantidade no produto. Para piorar, há uma maior perda daqueles componentes funcionais que falamos anteriormente em comparação com a pipoca tradicional [3]. O consumo frequente da pipoca de micro-ondas é desestimulado por todos esses motivos. 

Se sua preocupação for com a saúde, agora já sabe alguns truques. Faça pipoca pelo método tradicional, utilize temperos naturais, dose o sal e nada de gordura esterificada! Se quiser, adicione outros ingredientes gostosos na sua bandeja, como queijo parmesão, calabresa ou patê. Sabendo desses pequenos detalhes, seu petisco tem de tudo para ser mais saudável e completo!

Este texto é inspirado na minha noiva, Ana Isabel, e no nosso casamento marcado para este final de mês. Ana é a maior consumidora de pipoca que eu já vi, comendo quase todo dia um pouquinho. Infelizmente seu petisco favorito não estará marcando presença no buffet, minha linda noiva. Mesmo assim, espero ouvir o seu aceite no altar!

O que acharam desse texto? Já ouviram falar do benefício da pipoca à saúde? E dessas pequenas adequações para garantir o consumo consciente? Não deixe de comentar e até a próxima!

 

Referências
[1]: BLAINE, Rachel E. et al. Food parenting and child snacking: a systematic review. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, v. 14, n. 1, p. 1-23, 2017.
[2]: ESTÚDIO-C. Pipoca doce fitness fácil de fazer. Portal Receitas Globo, 2024. Disponível aqui.
[3]: SIQUEIRA, Mariana Vignolo de et al. Valor nutricional e índice de carotenóides de pipoca amarela (Zea mays L) em diferentes formas de preparo. XXII Congresso de Iniciação Científica da Universidade Federal de Pelotas, 2013. 
[4]: Almeida, P. F., Rios, R. V., & Colling, A. de M. W. Desenvolvimento e caracterização de massa de pizza sem glúten com adição de farinha de pipoca e hidrocolóides. Connection Line – Revista Eletrônica da Univag, v. 29.  2023.
[5]: ROSA, Bruno. Farinha de pipoca integral é a nova aposta para fisgar consumidor de olho na balança. Portal O Globo, 27 out. 2022. Disponível aqui.
[6]: MARINHO, B. O. R., GUIMARÃES, M., & QUINTÃO, D. F. Composição centesimal do teor de sódio e gorduras em pipocas de micro-ondas comercializadas em uma cidade da Zona da Mata mineira e seus possíveis riscos para a saúde dos consumidores. Revista Científica da Faminas, n. 12, v.1. 2017.

Fronteiras no Tempo: Historicidade #54 Independência do Brasil e Humanidades Digitais

12 de Março de 2024, 13:40
Por: C. A.

O 7 de setembro foi e ainda é uma data cívica repleta de significados e de sentidos que possuem uma longa história. Porém, as pesquisas históricas vêm ao longo dos anos revelando uma série de novos aspectos em relação ao processo que culminou na independência e, consequentemente, no início da formação do Estado-nação brasileiro. Este é o caso do trabalho do historiador Arthur Ferreira Reis, cuja tese de doutorado, intitulada “Emoção e patriotismo nos jornais da independência (1821-1823)”, abordou as ideias, temas e vocabulários produzidos nesse processo, especialmente na Imprensa periódica por meio de novos métodos de pesquisa. Além disso, convidamos você a conhecer o incrível trabalho no campo das Humanidades Digitais desenvolvido pelo convidado.

Arte da Capa

Arte da CapaDanilo Pastor


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O Historicidade é o programa de entrevistas do Fronteiras no Tempo: um podcast de história. O objetivo principal é realizar divulgação científica na área de ciências humanas, sociais e de estudos interdisciplinares com qualidade. Será um prazer poder compartilhar o seu trabalho com nosso público. Preencha o formulário se tem interesse em participar.

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Anarquistas e Servis: Uma Análise dos Projetos Políticos do Rio de Janeiro de 1824 a 1826 [Livro resultado da dissertação de mestrado]

Site construído durante o doutorado e aprimorado durante o pós:
https://jornaisdaindependencia.com.br/


Indicações de referências sobre o tema abordado

BOLLA, Peter de. The Architecture of Concepts. Nova Iorque: Fordham University Press, 2014.

GALVES, Marcelo Cheche. “Ao público sincero e imparcial”: imprensa e Independência do Maranhão (1821-1826). 2010. 356 f. Tese (Doutorado em História) – Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, 2010.

JASPER, James. M. Motivation and emotion. In: GOODIN, Robert E.; TILLY, Charles. The Oxford handbook of contextual political analysis. Oxford: Oxford University Press, 2006, p.157-171.

KRAAY, Hendrik. A Invenção do Sete de Setembro. Almanack Braziliense, n. 11, p.52-61, maio 2010.

LUSTOSA, Isabel. Insultos Impressos: a guerra dos jornalistas na independência (18211823). São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

MOREL, Marco. As transformações dos espaços públicos: imprensa, atores políticos e sociabilidades na cidade imperial, 1820-1840. São Paulo: HUCITEC, 2006.

NEVES, Lúcia. Corcundas e constitucionais: a cultura política da independência (1820-1822). Rio de Janeiro: REVAN, 2003.

PIMENTA, João Paulo. Tempos e espaços das independências: a inserção do Brasil no mundo ocidental (1780-1830). São Paulo: Intermeios, 2017.

BAILYN, Beranrd. As Origens Ideológicas da Revolução Americana. Bauru: Edusc, 2003.


Selo saberes históricos

Agora o Fronteiras no Tempo tem o selo saberes históricos. O que é este selo?

“O Selo Saberes Históricos é um sinal de reconhecimento atribuído a:

● Práticas de divulgação de saberes ou produções de conteúdo histórico ou historiográfico
● Realizadas em redes sociais ou mídias digitais, voltadas para públicos mais amplos e diversificados
● Comprometidas com valores científicos e éticos.”

Saiba mais: https://www.forumsabereshistoricos.com/


Episódios Relacionados

Fronteiras no Tempo Drops #00 7 de Setembro [episódio piloto]

Fronteiras no Tempo #68 Independências na América

A imprensa da época e o processo de independência do Brasil – 25 Irisian (Spin #1032 – 07/09/20)


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Contato fronteirasnotempo@gmail.com


Como citar esse episódio

Fronteiras no Tempo: Historicidade #54 Independência do Brasil e Humanidades Digitais. Locução: Cesar Agenor F. da Silva, Arthur Ferreira Reis e Marcelo de Souza e Silva [S.l.] Portal Deviante, 12/03/2024. Podcast. Disponível em: https://www.deviante.com.br/?p=61822&preview=true


Expediente 

Arte da vitrine: Danilo Pastor; Edição:  Talk’nCastRoteiro e apresentação:  C. A.


Madrinhas e Padrinhos 

Alexsandro de Souza Junior, Aline Lima, Allen Teixeira Sousa, Anderson Paz, André Luiz Santos, Andre Trapani Costa Possignolo, Artur Henrique de Andrade Cornejo, David Viegas Casarin, Elisnei Menezes de Oliveira, Ettore Riter, Flavio Henrique Dias Saldanha, Klaus Henrique De Oliveira, Luciano Abdanur, Manuel Macias, Rafael Machado Saldanha, Ramon Silva Santos, Renata Sanches, Ricardo Augusto Da Silva Orosco, Rodrigo Olaio Pereira, Thomas Beltrame, Tiago Nogueira e Wagner de Andrade Alves

O que se esconde na Mata Atlântica?

11 de Março de 2024, 13:00

Eu sei que você, meu querido leitor, já tá ficando cansado de mim. Pareço um disco arranhado, uma série repetida, um dia da marmota. Quase todas as vezes que venho aqui, trago um pedaço das intrépidas entradas no mato que realizo de forma recreativa e voluntária.

Mas não desista de mim! Assim como em um disco arranhado, se você fechar os olhos e prestar bastante atenção na música, notará uma nova nota, um timbre diferente, um instrumento de fundo. Nas séries que assistimos sempre, mesmo sabendo os diálogos de trás para frente, se você cerrar os olhos nos cantinhos escusos, pode notar detalhes que sempre estiveram ali, como uma piscadinha dos produtores para os fãs. Afinal, não é assim que surgem os easter eggs?

Por fim, mesmo no dia da marmota, com todo seu roteiro cravado como pedra na sua mente, sempre existe a oportunidade de fazer algo diferente, de testar algo novo, de tomar uma nova rua (que pode ser sem saída, mas o que vale é a vontade). Tudo isso pra te convencer a vir comigo em mais uma empreitada no matagal e conhecer mais três coisas que a nossa querida e resiliente Mata Atlântica, que abraça como uma mãe a magistrambólica metrópole que se levanta sob os Campos do Piratininga, esconde nos seus caminhos mais longínquos (ou nem tanto, Paranapiacaba não fica tão longe assim do centro).

Duguetia lanceolata

A primeira que eu encontrei foi uma frutinha muito curiosa, que se destacou muito pela sua cor vermelha e formato distinto no meio da mata. Quando encontramos ela, meus companheiros de trilha a apelidaram carinhosamente de “brinquedo de cachorro”. Sabe aquelas bolinhas pontudas que usamos com nossos doguinhos? Realmente ela parecia, obviamente sem a mesma solidez do seu parente de plástico.

Em minhas pesquisas descobri de quem se tratava. Essa primeira frutinha era a Duguetia lanceolata, mais conhecida pelo nome de pindaúva, biribá perovana ou mesmo pindaíba. O nome pindaúva vem do tupi-guarani que significa “árvore dos caniços ou varas”, fazendo referência aos brotos que surgem na base do caule que os indígenas usavam para fazer suas casas.

A fruta em si é comestível (a que eu encontrei já estava semiconsumida) e com relatos de que é saborosa na literatura, chamando bastante atenção de aves e outros animais. Suas cascas e folhas são usadas como fitoterápicos, com ações cicatrizantes, antimicrobianas e anti-inflamatórias. Alguns estudos apontam possível atividade antinociceptiva (reduz precepção e transmissão de estímulos que compreendem o fenômeno da dor) além de presença de metabólitos que agem contra o protozoário Trypanossoma cruzi e os fungos Candida albicans, Cryptococcus neoformans e Saccharomyces cerevisiae (todas as referências no final do artigo).

Dentro das pesquisas em saúde aplicada, o artigo mais recente sobre a pindaíba é de 2022 de um grupo brasileiro (VAI BRASIL!) que realizou a caracterização química de uma molécula previamente descrita que está presente no extrato das folhas da planta, além de verificar a ação contra formas do protozoário Leishmania, causador da leishmaniose, que tiveram resultados bem animadores!

Como curiosidade, estima-se que a expressão idiomática “estar na pindaíba” refere-se ao fato do fruto da pindaíba ser facilmente derrubado quando está maduro. Entretanto, pelas fontes dessa informação que pesquisei, é difícil estimar se a expressão veio antes ou depois da associação com fruto.

 

Psychotria nuda

Outro elemento encontrado nessa jornada foi a Psychotria nuda. Com seus frutos de cor anis (achei muito chique essa descrição no portal da Embrapa), me chamou a atenção por parecer muito com frutos de café. Tem uma característica mais ornamental, conhecido popularmente como cravo-negro, encontrado em florestas bem úmidas e em beira de corpos d’água, nativa da Mata Atlântica.

Essa planta já é muito bem descrita quanto aos seus ativos, sendo que o uso mais recente que eu encontrei foi a aplicação in vitro do extrato das folhas para observar a atividade contra o Mycobacterium tuberculosis, a causadora da tuberculose. Os resultados mostraram que nessa planta tem muitos metabólitos secundários promissores, mas são necessários mais estudos de cada um isoladamente e em conjunto.

 

Roridomyces roridus

Para finalizar, o último achado dessa aventura foi um amiguinho muito bonitinho chamado Roridomyces roridus. Geralmente eu não escrevo sobre fungos por fugir muito da minha área de domínio e habilidades de reconhecimento, mas esse me chamou atenção pela sua forma e beleza.

Esse cogumelo é conhecido como gorro pingado, exatamente por conta desse aspecto meio “melado” que me chamou atenção. Apesar de a floresta ser relativamente úmida, esse organismo se destacava.

Curiosamente, existem poucas informações sobre este cogumelo associado a sua presença na Mata Atlântica, sendo mais referenciado em locais como os EUA e a França. Nesses catálogos, descobri que este cogumelo pode ser bioluminescente, o que deve ser lindo à noite.

Esse pequeno ser vivo me fez mudar as buscas que geralmente faço nesses textos, pois, de forma surpreendente ou não, a ligação entre fungos e pesquisas em saúde são escassas, nesse caso, inexistentes. Usando o PubMed, Scielo e outras bases confiáveis, muito se encontra sobre a descrição e descoberta em diversos locais, mas não encontrei descrição de metabólitos secundários, nem mesmo outras pesquisas.

Isso me traz uma questão interessante: fungos são subvalorizados em pesquisas em saúde por algum motivo? Limitações técnicas? Restrições de uso? Essa é pra você, caro leitor, que acha que estamos aqui para ensinar, mas na verdade, cada busca é um aprendizado, tanto para você, quanto para mim.

 

Referências bibliográficas:

https://www.colecionandofrutas.com.br/duguetialanceolata.htm

https://www.arvoresdobiomacerrado.com.br/site/2017/04/03/duguetia-lanceolata-a-st-hil/

http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Duguetia%20lanceolata

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35796444/

https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/995056/psychotria-nuda-cham–schltdl-wawra-rooting-of-stock-plants-in-different-phenophases-and-environments

https://www.ecoregistros.org/folha/Psychotria-nuda&idlugar=36658

https://inpn.mnhn.fr/espece/cd_nom/463334/tab/archeo

de Carvalho Junior AR, Oliveira Ferreira R, de Souza Passos M, da Silva Boeno SI, Glória das Virgens LL, Ventura TLB, Calixto SD, Lassounskaia E, de Carvalho MG, Braz-Filho R, Curcino Vieira IJ. Antimycobacterial and Nitric Oxide Production Inhibitory Activities of Triterpenes and Alkaloids from Psychotria nuda (Cham. & Schltdl.) Wawra. Molecules. 2019 Mar 15;24(6):1026. doi: 10.3390/molecules24061026. PMID: 30875889; PMCID: PMC6471101.

 

As Múltiplas Personalidades de João (GuaxaVerso #104)

10 de Março de 2024, 13:13

GuaxaVerso destrinchando episódios e respondendo comentários! Se Flopar nunca existiu. Até porque…. Nunca existiu mesmo.

Esta semana vamos falar tudo sobre o episódio de 158.


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Edição: Marcelo Guaxinim.

“Sergio’s Magic Dustbin ” Kevin MacLeod (incompetech.com)
Licensed under Creative Commons: By Attribution 4.0 License
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Chute 336 – A guerra contra a educação antirracista nos Estados Unidos

9 de Março de 2024, 17:31

Neste episódio conversamos com a pesquisadora Vitória de Oliveira Ribeiro sobre a guerra contra a educação antirracista nos Estados Unidos. Aperte o play!

Para apoiar o Chutando a Escada, acesse chutandoaescada.com.br/apoio

Comentários, críticas, sugestões, indicações ou dúvidas existenciais, escreva pra gente em perguntas@chutandoaescada.com.br

Participaram deste podcast:

  • Débora Prado
  • Carol Pavese
  • Vitória de Oliveira Ribeiro

Trilha sonora:

  • F.U.B.U.
  • Childish Gambino – This Is America

Capa do episódio:

Em busca de vida além da Terra: o papel das bioassinaturas

8 de Março de 2024, 13:00

Desde que o mundo é mundo a humanidade se pergunta “Será que estamos sozinhos????”

Com os avanços da tecnologia e das ciências, essa pergunta está ficando cada vez mais próxima de ter uma resposta definitiva.

Você duvida?

Challenge accepted

GIF: Desafio aceito

Não estou nem a…digo, espero que ao final desse texto talvez você mude um pouco de ideia sobre esse assunto.

A nossa busca por vida lá fora a algum tempo já passou de pura especulação e ficção científica para algo realmente fundamentado e embasado em ciência, uma área multidisciplinar que envolve desde a astronomia, até a biologia. Uma das grandes chaves na nossa busca por vida lá fora são as bioassinaturas.

O que são bioassinaturas?

-É a assinatura do professor de biologia.

Pa-dun-tis…tá parei, mas juro que foi com essa que ganhei o concurso de piadas

Imagem: Meme risada

 

Bioassinaturas são sinais que podem indicar a presença de vida em um planeta, lua ou outro corpo celeste. Esses sinais podem ser tanto diretos quanto indiretos e podem incluir uma variedade de características observáveis, como gases atmosféricos, padrões geológicos, cores na superfície e até mesmo assinaturas químicas em rochas.

 

Nazaré pensando

GIF: Nazaré pensando

 

Talvez eu esteja falando grego nesse momento, mas vamos com calma :D Vejamos os tipos de Bioassinaturas, tudo vai começar a fazer sentido, prometo.

  1. Bioassinaturas Atmosféricas: Uma das maneiras mais promissoras de se detectar vida em outros mundos é fazendo a análise da composição de suas atmosferas. Por exemplo, a presença de oxigênio em uma atmosfera planetária pode ser um sinal forte de atividade biológica, uma vez que o oxigênio é altamente reativo e geralmente precisa ser constantemente regenerado por organismos vivos. Outro exemplo muito promissor é a presença de metano na atmosfera de um planeta, lua ou outro corpo celeste. Isso ocorre porque, em certos contextos, a presença de metano na atmosfera pode ser indicativa de atividade biológica. Por exemplo, em planetas como Marte, onde a presença de metano é detectada na atmosfera, pode ser um indício de atividade biológica passada ou presente, já que o metano pode ser produzido por microrganismos.
  2. Bioassinaturas em Superfície: Além das assinaturas atmosféricas, características visíveis na superfície de um planeta ou lua podem indicar a presença de vida. Por exemplo, a detecção de pigmentação incomum pode sugerir a existência de organismos fotossintéticos, semelhantes às plantas aqui na Terra.
  3. Bioassinaturas Químicas: Outra abordagem é procurar por padrões químicos específicos que sejam consistentes com a atividade biológica. Isótopos de elementos como carbono, hidrogênio e nitrogênio podem revelar processos metabólicos associados à vida. Outro exemplo de bioassinatura química é a presença do metano, que também pode ser encontrado em amostras sólidas, seja em rochas, solos ou mesmo em fluidos, decorrente de processos biológicos, como a decomposição de matéria orgânica por microrganismos, ou por processos abióticos, como a serpentinização, que é uma reação geológica que produz metano.

Tecnologias aplicadas à Detecção de Bioassinaturas

A detecção de bioassinaturas requer instrumentação avançada e métodos de análise sofisticados. Aqui estão algumas das tecnologias que estão impulsionando essa busca:

  1. Espectroscopia Avançada: Novos telescópios e instrumentos estão sendo desenvolvidos para analisar a luz proveniente dos exoplanetas em busca de sinais de moléculas orgânicas e compostos associados à vida.

Analisar a luz? – você deve estar se perguntando, eu te digo SIM. Por meio da luz emitida/refletida por um corpo é possível identificar elementos químicos presentes no objeto observado. Cada elemento químico deixa um tipo de “rastro” na luz emitida por um corpo, ao fazer a decomposição de um feixe de luz com um prisma ou uma rede de difração, que separa a luz em seu espectro de cores componentes, é possível identificar esses registros de elementos químicos e assim saber os elementos que estão presentes (ao menos na superfície e/ou atmosfera) no objeto que originou aquela luz.

  1. Missões Espaciais Robóticas: Agências espaciais como a NASA e a ESA estão planejando missões para explorar luas do sistema solar, como Europa e Encélado, que têm oceanos subsuperficiais que poderiam abrigar formas de vida microbiana. Também existe um projeto mais ambicioso o Breakthrough Starshot, que tem por objetivo fazer uma viagem até o sistema estelar Alpha Centauri, a pouco mais de 4 anos luz da Terra, uma de suas propostas é a de fazer um sobrevoo pelo exoplaneta Proxima Centauri b, um exoplaneta de tamanho similar ao nosso e que está dentro da zona habitável de sua estrela hospedeira, Proxima Centauri.
  2. Técnicas de Amostragem Remota: Avanços na robótica e na inteligência artificial estão permitindo o desenvolvimento de sondas espaciais capazes de coletar amostras de superfícies distantes e analisá-las em busca de bioassinaturas. Como a missão OSIRIS-REx da NASA, que em 24 de setembro de 2023 coletou com sucesso amostras do asteroide Bennu, ou a missão japonesa Hayabusa 2, que coletou amostras do asteroide Ryugu

É possível contribuir com a busca por vida no universo, ou apenas astrônomos profissionais podem fazer isso?

Hmmm, e se eu te falar que é possível colaborar até mesmo sem um telescópio?! Isso mesmo, você pode colaborar, basta ter acesso a um céu estrelado e internet. Associações como a AAVSO(Associação Americana de Observadores de Estrelas Variáveis) podem produzir dados muito importantes para a astronomia e a compreensão de possíveis sistemas planetários/estelares, tais dados podem revelar informações sobre sistemas estelares, incluindo a presença de exoplanetas em órbita.

Você pode estar se perguntando o que essa associação de fato faz, eu te explico, ela coleta dados de observações feitas por astrônomos amadores e profissionais, coordena campanhas de observação, e oferece treinamento e educação em astronomia. Em resumo, a AAVSO facilita a pesquisa astronômica e envolve entusiastas em todo o mundo na coleta e análise de dados sobre estrelas que mudam de brilho ao longo do tempo. E um fato curioso, existem estrelas variáveis muito brilhantes no céu noturno, que podem ser monitoradas a olho nu, que tal ajudar na nossa compreensão do universo?!

Mas afinal, o que pode representar a descoberta de vida extraterrestre para a humanidade?

A descoberta de vida além da Terra teria profundas implicações científicas, filosóficas e sociais. Além de responder a uma das perguntas mais antigas da humanidade, isso poderia expandir nossa compreensão da biologia e da evolução, ajudando-nos a entender melhor nosso lugar no cosmos.

Além disso, a descoberta de vida extraterrestre poderia ter implicações práticas, como orientar nossos esforços para colonizar outros planetas ou entender melhor os limites da habitabilidade em ambientes extremos.

Em última análise, a busca por bioassinaturas e vida extraterrestre é uma das aventuras científicas mais emocionantes do século XXI. À medida que continuamos explorando o cosmos e desenvolvendo novas tecnologias, estamos mais próximos do que nunca de responder à pergunta definitiva: estamos sozinhos?

SciKids (SciCast #582)

8 de Março de 2024, 03:01

Quem veio primeiro: o ovo ou galinha? Será que maçã realmente “prende” o intestino? Será que as cobras exergam bem sob a luz vermelha? Como funciona a visão?

 

 

 

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Expediente:

Produção Geral: Tarik Fernandes

Equipe de Gravação: Tarik Fernandes, Marcelo de Matos, Samantha Martins

Edição: TalknCast

Citação ABNT: Scicast #582: SciKids. Locução: Tarik Fernandes, Marcelo de Matos, Samantha Martins. [S.l.] Portal Deviante, 07/03/2024. Podcast. Disponível em: https://www.deviante.com.br/podcasts/scicast-582

Arte: Jânio Garcia


Perguntas do episódio

Pergunta do João de 11 anos “O que veio primeiro o ovo ou a galinha?”. Respondida pelo Tulio

Pergunta da Liana de 5 anos: “Por que a maçã deixa o nosso intestino preso?”. Respondida pela Samantha

Pergunta do Joaquim de 6 anos: “Por que, no zoológico, as cobras gostam da luz vermelha?”. Respondida pela Samantha

Pergunta do Pedro de 6 anos: “Por que a gente não consegue ver os nossos olhos?”. Respondida pelo Tulio

Você pagaria para ir à praia?

6 de Março de 2024, 13:00

Há um tempo escrevi aqui pro Portal sobre medidas de mitigação de impactos ambientais no contexto da questão de Maceió. Se você não leu, recomendo a leitura porque lá eu discuto se é possível mitigar certos impactos ambientais. 

Hoje eu queria trazer aqui um impacto ambiental que possui uma medida de mitigação possível. Vamos falar da questão das taxas ambientais nas cidades do litoral. 

 

Verão na Praia

Imagina que você mora em um paraíso, um lugar lindo, cheio de natureza e praias maravilhosas. Você tem todas essas maravilhas à sua disposição quando quiser e ainda tem o privilégio de chamar esse lugar de casa. 

Agora pensa que em alguns meses do ano esse paraíso é invadido por milhares de pessoas de fora que chegam na sua casa para passar uma temporada. Junto com essas pessoas surgem alguns problemas que podem ser bastante incômodos, como você não poder tomar um banho depois do trabalho porque a  água na sua casa acabou. Ou então quando você vai sair de manhã para dar aquela corridinha, tropeçar em uma montanha enorme de lixo bem na porta da sua casa. 

Como você se sentiria sabendo que todos os anos tem uma demanda enorme de geração de efluentes sanitários e que fica sem tratamento gerando uma poluição enorme porque o sistema de tratamento de esgotos não foi pensado para atender todas as pessoas que estão vivendo naquele lugar naquele momento?

Isso é a realidade de muitas pessoas nas cidades do litoral. No verão aqui em São Paulo milhares, ou até milhões de pessoas, saem das suas cidades para ir passar as férias no litoral. As cidades ficam lotadas e às vezes com número maior de turistas do que moradores no resto do ano. Isso causa uma série de mudanças na dinâmica da cidade, que vão do aumento do trânsito ao abastecimento de alimentos passando por problemas ambientais de saneamento. 

 

Será que cabe mais gente?

A verdade é que a infraestrutura urbana daquela cidade é preparada para as pessoas que vivem ali o ano todo, os moradores locais, as pessoas que trabalham, vivem suas vidas, consomem e usam os equipamentos públicos de lá. 

Uma cidade que tem 100 mil habitantes as vezes não tem suporte para atender com qualidade nem a população que vive ali, imagina 200 mil pessoas na época da temporada. Vira um caos mesmo. 

Eu não quero aqui ser a pessoa que vai pregar a ideia irreal de que as pessoas não deveriam ir a certos destinos turísticos porque o impacto ambiental da presença é tão nocivo que a atividade turística é insustentável a longo prazo ao ponto de quase ter prazo de encerramento previsto. 

A maioria das cidades turísticas tem o turismo como principal fonte de renda das pessoas que vivem lá. É muito comum você ouvir que se ganha dinheiro na temporada para aguentar passar o resto do ano. Vimos o impacto disso recentemente na pandemia quando os lugares ficaram fechados, a situação econômica do país se deteriorou, muitas pessoas estavam em situação de vulnerabilidade e passando fome. 

Eu não acho que é por aí. 

 

Viver gera Impacto

Como diria o Fencas, viver gera impacto. A presença desse tanto de gente que vem para as cidades de praia nos meses do verão, ficam uns dias e voltam para as suas casas, vai ter impacto. O que é possível fazer a partir disso para que a situação fique ao menos mais justa para os moradores locais? 

Eu falo de justiça aqui porque para mim é muito claro que a conta não fecha. Os moradores das cidades do litoral, recebem os turistas com empolgação na época de temporada porque é o momento do ano em que se ganha dinheiro. Até aí tudo bem. Mas o que fica depois quando todo mundo vai embora é a conta do tratamento de água e efluentes, dos resíduos sólidos gerados e outros problemas para os moradores pagarem. Isso não me parece justo.

 

Taxa de Preservação Ambiental – TPA

Pensando nisso algumas cidades estão adotando a Taxa de Preservação Ambiental para visitação das cidades de praia. Funciona como uma cobrança que os turistas precisam pagar por dia durante o período em que permaneceram na cidade. 

Pesquisando na internet encontrei algumas cidades que já possuem o sistema de pagamento da Taxa de Preservação Ambiental, como Ubatuba/SP, Fernando de Noronha/PE, Jericoaquara/CE, Arraial do Cabo/RJ. 

O uso da taxa é para alguns custos de manutenção como os que já citei aqui e que na época de temporada aumentam muito e iniciativas de preservação ambiental. 

Em Ubatuba, por exemplo, segundo dados da prefeitura ao longo de um ano são geradas 42 mil toneladas de resíduos. 25% só entre os meses de dezembro e janeiro. Mil toneladas só nos dias do  Reveillon. É muita coisa! 

Descrição da imagem: dados de Resíduos de Ubatuba. 42 mil toneladas por ano, 25% entre dezembro e janeiro e mil toneladas só no ano novo. Embaixo aparece a inscrição de que a TPA vai trazer qualidade de vida para a população fixa e flutuante da cidade

O dinheiro da Taxa Preservação Ambiental vai para a destinação desses resíduos. 

 

Como Funciona?

Fui para Ubatuba agora no ano novo e paguei empolgada a minha taxa. A cobrança é feita por veículos que entram na cidade e permanecem um período de 24hs. Não funciona como um pedágio e não existe barreira física que impeça os visitantes de entrar e sair da cidade.

Cada veículo que é de fora vai pagar um valor por dia que depende do tamanho do veículo. Algumas isenções já foram previstas em lei para munícipes, pessoas que possuem necessidades especiais, veículos de resgate e de moradores dos municípios do entorno. 

Cada cidade vai definir os critérios e valores de acordo com sua dinâmica. 

Em Ubatuba a forma como eles conseguem saber quem entra de fora e quantos dias o veículo permanece na cidade para finalizar a cobrança é através do sistema de monitoramento de câmeras. A cobrança também varia de acordo com o tamanho do veículo. 

Para veículos de passeio em 2024 o valor da taxa é de R$13,00. Paguei no site informando a placa do carro e como já tinha saído ele tinha calculado quantos dias e o valor. Foi super fácil e rápido.

 

Um contraponto….

Como um contraponto para a discussão, é impossível não pensar aqui no aspecto da elitização de espaços públicos. Se houver cobrança para ir à praia, algumas pessoas vão perder o acesso a esses lugares? O argumento é válido. Talvez algumas pessoas percam, sim, o acesso à praia. Isso é muito sério e não pode ser esquecido. Discordo totalmente do argumento, quem não tem dinheiro que não vá. 

Eu acredito que cada mudança que for gerada, seja essa da cobrança da taxa, ou qualquer outra, vai gerar distorções. Eu penso que nesse caso os municípios podem criar maneiras para que essas distorções sejam minimizadas ou eliminadas. Por exemplo, poderia ser criada uma contribuição com valor simbólico para as pessoas que de alguma forma não conseguem contribuir nesse momento, mas que querem acesso às praias. Certamente vão existir outras soluções melhores. 

O que eu acho que não faz sentido é deixar de implementar uma medida que faz muito sentido e que tem potencial para mitigar um impacto enorme que não pode ser negligenciado por conta das exceções. Acho que incluir a todos de forma justa e igualitária é papel do poder público e é nosso dever de cobrá-los. 

O tema é polêmico, mas é importante discutirmos soluções possíveis para problemas do dia a dia. Me conta o que acha do pagamento das Taxas de Preservação Ambiental, se tá certo ou errado e se você deixaria de visitar um lugar nas férias por conta da cobrança. 

Até a próxima! 

 

Referências Bibliográficas 

Imagem de Capa – Praia em um lugar tropical com areia bem clara, céu azul claro, água transparente e um coqueiro em primeiro plano. Disponível aqui.

Texto Portal Deviante Mitigação de Impactos em Maceió – aqui.

Taxa Preservação Ambiental Ubatuba. Disponível aqui. 

Taxa Preservação Ambiental Fernando de Noronha. Disponível aqui. 

Fronteiras no Tempo: Giro Histórico #14 Clóvis Moura e os acervos do patrimônio cultural negro

5 de Março de 2024, 16:29
Por: C. A.

O Fronteiras no Tempo: Giro Histórico conta em seu 14 episódio com a participação dos historiadores Marcelo Beraba e C. A. Beraba narra e reflete sobre a trajetória e as contribuições intelectuais de Clóvis Moura para modificar as interpretações sobre o papel dos escravizados na História do Brasil. Na sequência o C. A. apresenta e recomenda as produções audiovisuais presentes no Acervo UFF Petrobrás Cultural – Memória e Música Negra desenvolvido pelo Laboratório de História Oral e Imagem (LABHOI) da Universidade Federal Fluminense. Os temas abordados nesse episódio  apresentam um importante material para a recuperação das memórias e das histórias das populações negras do Brasil e, especialmente, para a promoção de uma educação antirracista.

Arte da Capa

Arte da Capa: Beatriz Molina


MENCIONADO NO EPISÓDIO

Links

Acervo UFF Petrobrás Cultural – Memória e Música Negra

Referências

Grinberg, K., Abreu, M., & Mattos, H. (2019). História pública, ensino de história e educação antirracista. Revista História Hoje, v.8, n.15, p.17-38. Disponível em: https://doi.org/10.20949/rhhj.v8i15.523


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O Historicidade é o programa de entrevistas do Fronteiras no Tempo: um podcast de história. O objetivo principal é realizar divulgação científica na área de ciências humanas, sociais e de estudos interdisciplinares com qualidade. Será um prazer poder compartilhar o seu trabalho com nosso público. Preencha o formulário se tem interesse em participar.

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● Realizadas em redes sociais ou mídias digitais, voltadas para públicos mais amplos e diversificados
● Comprometidas com valores científicos e éticos.”

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Contato fronteirasnotempo@gmail.com


Como citar esse episódio

Fronteiras no Tempo: Giro Histórico #14 Clóvis Moura e os acervos do patrimônio cultural negro. Locução Cesar Agenor F. da Silva e Marcelo de Souza Silva. [S.l.] Portal Deviante, 05/03/2024. Podcast. Disponível em: https://www.deviante.com.br/?p=61777&preview=true


Expediente

Produção Geral e Host: C. A. Arte do Episódio: Beatriz Molina. Edição: C. A.


Trilha sonora utilizada

Birds – Corbyn Kites

Wolf Moon – Unicorn Heads

Dance, Don’t Delay de Twin Musicom é licenciada de acordo com a licença Atribuição 4.0 da Creative Commons. https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Fonte: http://www.twinmusicom.org/song/303/dance-dont-delay

Artista: http://www.twinmusicom.org


Madrinhas e Padrinhos 

Alexsandro de Souza Junior, Aline Lima, Allen Teixeira Sousa, Anderson Paz, André Luiz Santos, Andre Trapani Costa Possignolo, Artur Henrique de Andrade Cornejo, David Viegas Casarin, Elisnei Menezes de Oliveira, Ettore Riter, Flavio Henrique Dias Saldanha, Klaus Henrique De Oliveira, Luciano Abdanur, Manuel Macias, Rafael Machado Saldanha, Ramon Silva Santos, Renata Sanches, Ricardo Augusto Da Silva Orosco, Rodrigo Olaio Pereira, Thomas Beltrame, Tiago Nogueira e Wagner de Andrade Alves

Chute 335 – Biden, Trump e Lula

5 de Março de 2024, 15:32

O campeão voltou! Neste primeiro episódio de 2024, falamos sobre a corrida presidencial nos Estados Unidos e as declarações de Lula denunciando o genocídio em Gaza. Aperte o play!

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Participaram deste podcast:

  • Filipe Mendonça
  • Geraldo Zahran

Trilha sonora:

Capa do episódio:

Entendendo o perfil dos consumidores de alimentos naturais

4 de Março de 2024, 13:00

Aqui no Portal Deviante, já escrevi bastante sobre comida in natura, orgânica, saudável e até mesmo minimamente processada. Acredito que nossos leitores mais experientes estejam familiarizados com o assunto (se não estiverem, é só clicar  na minha descrição! XD). Já temos uma ideia bem ampla sobre o que faz um alimento ter todos esses paradigmas atrelados a ele.

Cada pessoa pode virar consumidora desses produtos pelos mais variados motivos. Algumas podem ser desbravadoras de novas experiências, outras preocupadas com o peso ambiental dos alimentos comuns. Há estudos que apontam diferentes tipos de público-alvo relacionados com alimentos ditos naturais, baseados em seus estigmas, valores, apreensões, tabus e moralidades.

No texto de hoje, iremos observar algumas dessas classificações de público-alvo de alimentos ditos naturais e orgânicos.  Afinal, qual a necessidade de separarmos essas pessoas em classificações? É isso que iremos ver agora!

Há diversos motivos para querer entender o comportamento alimentar desses grupos. Todos os seus paradigmas, entretanto, são delineados pelos mesmos valores simbólicos (genericamente, defesa do planeta e saúde humana). Esse conjunto valorativo é um dos efeitos criados pelas mais diversas formas de marketing verde [1]. Leia sobre ele aqui!

O comportamento alimentar é o instrumento ideal para observarmos o perfil de mercado. Com ele, somos capazes de saber porque tal consumidor se identifica com certos tipos de alimentos ou não. Dessa forma, novos produtos podem ser esquematizados ou instrumentos de oferta/marketing criados. Tudo pensando especificamente no consumidor. 

Para a área de consumo de alimentos naturais ou orgânicos, isso é uma necessidade imediata. Muito em virtude da soberania de alimentos ultraprocessados (mais calóricos, ricos em sal, açúcar e gordura) no cotidiano de alguns grupos específicos. Se entendermos o que faz alguém gostar de um alimento natural, poderíamos criar redes sociotécnicas especializadas na diminuição de pântanos alimentares. Como no entorno de escolas, por exemplo, onde há pouca oferta e procura de alimentos ditos naturais [3]. Aliás, já leu aqui sobre pântanos alimentares?

Desde o desenvolvimento do marketing verde (ainda em 1965), observa-se o crescimento da preocupação dos consumidores com o rumo do planeta. Estes expressam cada vez mais necessidades de alimentos que estejam atrelados aos valores de defesa do planeta e dos serviços ecossistêmicos. Como isso se dá, contudo, pode variar de diferentes maneiras, dependendo do consumidor.

Há aqueles comensais que buscam alimentos que utilizem tecnologias mais sustentáveis (menor índice de consumo de combustíveis, água ou recursos não renováveis) [2]. Eles também podem querer a promoção de matéria orgânica no solo, bem como a conservação de energia durante a produção, alinhado com a diminuição de tecnologias de transgenia ou outras técnicas de engenharia genética. A esse grupo, desenvolveu-se os alimentos orgânicos.

 

Imagem um: notícia veiculada pelo Portal Nexo expõe perfil de consumidores de orgânicos, segundo pesquisa da UTFPR e UFRGS [4]. Para a redação, o maior destaque de compra desses alimentos pode ser dado às mulheres assalariadas, com no máximo dois filhos e salário não superior a quatro mil reais. O principal motivo seria a preocupação com o excesso de fertilizantes e agrotóxicos na agricultura tradicional, o qual a orgânica abomina. Na imagem, podemos reparar em uma senhora vestida de branco segurando sacolas com diferentes vegetais, de costas e ao lado de um estande verde e com tomates em uma bandeja de isopor. Mais atrás no estande, há vegetais verdes, também em bandejas. Registro de Gabriel Jabur (Agência Brasília).

 

Alimento orgânico é todo aquele certificado por alguma entidade específica para indicar a não presença de agroquímicos e seus insumos durante o ciclo produtivo [5]. Técnicas como manejo agroecológico, plantio direto, biofertilização e rotação de culturas são mais valorizadas neste sistema de plantio. Recursos como fertilizantes, transgenia e agroquímicos são abominados por este público.

O consumidor de alimento orgânico se comporta de maneiras diferentes. Dentro desse grupo, há aquele conhecido como ecológico militante [1]. Esse perfil é definido pela busca ativa de informações sobre consumo consciente, bem como a observação de selos e certificados que validam a produção orgânica de seu alimento. A origem do produto é importante para o comensal,  sempre querendo mais garantias e rastreabilidade. A maior apreensão desse grupo é a presença de resíduos químicos perigosos no alimento final, algumas vezes gerando certa quimiofobia perante os alimentos tradicionais.

Também existe o consumidor neófito, caracterizado pela pesquisa para melhorar a qualidade alimentar [1]. Geralmente, esse comensal busca produtos orgânicos por recomendação de outros “iniciados”, trocando aos poucos aquelas marcas tradicionais do mercado por produtos certificados. Muitos neófitos tiveram experiências negativas com comida não orgânica, como intoxicação ou doenças graves. Muitas vezes, esse perfil pode ser indicado por médicos e nutricionistas, mas também é normal que se iniciem por recomendação não técnica ou pseudocientífica.

Destoando desses dois perfis, há aqueles conhecidos como gourmet (já leu sobre a gourmetização aqui?). Esse comensal é caracterizado pela busca ativa de alimentos com alta qualidade, sendo orgânicos ou não. Eles entendem o orgânico como mais fresco e saboroso, por isso optando pelo mesmo. Conservantes e aditivos também atrapalham a experiência gastronômica, segundo esta visão. Geralmente, pode ser mais exigente que o ecológico militante, apesar de os motivos serem diferentes.

O perfil do consumidor de orgânicos está dentro daquilo que conhecemos por perfil naturalista. Esse é bem mais abrangente do que aquele, em virtude do tempo de desenvolvimento que os produtos naturais tiveram no imaginário coletivo [1]. Todo consumidor orgânico (com exceção do gourmet) é naturalista, mas nem todo naturalista é consumidor de produtos orgânicos.

 

Imagem dois: Reportagem do Portal CNN Brasil indica como consumidor pode diferenciar um produto natural de um produto orgânico [6]. Os produtos orgânicos são regulados pelo Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (SisOrg), que também analisa os casos de fraudes relacionadas com produtores mal intencionados. Na imagem, observam-se mãos femininas segurando uma caixa com uma dúzia de ovos marrom. Abaixo, observam-se produtos numa caixa, como: pimentão vermelho, banana, repolho, brócolis, pepino e tomate cereja.

 

De maneira geral, o perfil naturalista é baseado em alimentos que sejam essenciais, integrais ou minimamente processados. O paradigma do grupo naturalista é estar ao contrário dos valores de conglomerados agroalimentares. Por isso, muitos definem o perfil naturalista como sendo de contracultura (como afirmado neste texto aqui). E há também algumas diferenciações desse grande coletivo.

Há aqueles que são naturalistas por valorizarem o produto e a filosofia de consumo verde [1]. São bem conscientes da sua escolha, com conhecimento dos principais canais de compra de sua região. Muitas vezes, desenvolve comportamento vegano, orgânico, vegetariano, lactovegetariano, ecológico, agroecológico, ou qualquer mistura dessas linhas. Esse grupo chamamos de novo radical, ligado a sua especialização em buscar a raiz dos problemas de segurança alimentar.

Ao contrário deste, existe o novo natural. O mesmo está no processo de simpatizar com os valores verdes, mas com uma visão mais limitada sobre os benefícios de produtos naturais. Sua escolha de alimentos é mais generalista, pois ainda não se especializou em um segmento único. Em linhas gerais, é um consumidor comum, ainda buscando sair da linha dos produtos mais conhecidos, como o selo plant based das grandes indústrias (leia sobre ele aqui!).

Resumindo, há diversos outros perfis para esses consumidores. Sobre qual utilizar ou não, depende bastante das necessidades da empresa. Esse texto é bem introdutório sobre o assunto, em vista das diversas mudanças que ocorrem no cenário da economia verde. Há, por exemplo, uma classificação sobre o grau de consciência ambiental dos comensais. Mas sobre isso iremos refletir em outro texto!

O que você acha do perfil dos consumidores orgânicos e naturais? Consegue imaginar novos perfis desse público? Comente aqui embaixo sobre o que achou! Até mais tarde!

 

Referências
[1]: MORAES, Cristine; PRADO, Nágela. Perfil dos consumidores de alimentos orgânicos e naturais: greenwashing ou consumo consciente?. Caderno Técnico de Administração Contemporânea, v. 2, n. 2, 2020.
[2]: SEDIYAMA, Maria Aparecida Nogueira; SANTOS, Izabel Cristina dos; LIMA, Paulo César de. Cultivo de hortaliças no sistema orgânico. Revista Ceres, v. 61, p. 829-837, 2014.
[3]: PERES, Carla Marien da Costa et al. O ambiente alimentar comunitário e a presença de pântanos alimentares no entorno das escolas de uma metrópole brasileira. Cadernos de Saúde Pública, v. 37, p. e00205120, 2021.
[4]: VICK, Mariana. Qual o perfil do mercado de alimentos orgânicos no Brasil. Portal Nexo, 24 nov. 2023. Disponível aqui.
[5]: BORGUINI, Renata Galhardo; DA SILVA TORRES, Elizabeth Aparecida Ferraz. Alimentos orgânicos: qualidade nutritiva e segurança do alimento. Segurança alimentar e Nutricional, v. 13, n. 2, p. 64-75, 2006.
[6]: ROCHA, Lucas. Saiba como identificar se um alimento é orgânico. Portal CNN Brasil, 10 jun. 2023. Disponível aqui.

Lembrai-vos da…

1 de Março de 2024, 13:00

… Então nós corremos…

Uma só multidão,

Como um só corpo…

Demos um mesmo grito…

Sofreguidão!

 

Você vê aquela menina?

Lá está ela,

Olha para a mãe caída,

Na calçada, morta…

Vamos, corra!

Não podemos parar!

Beco sem saída…

 

As tropas avançam,

Estou fugindo…

Do que eu fujo?

Não sei de onde isso vem,

Mas meu medo,

Meu medo é o seu também…

 

Os portões estão fechados,

Todos se escondem,

Outros correm ao meu lado…

Então eu ouço um disparo,

Som do fim de uma vida…

Desculpe, não posso ajudá-lo,

O medo devora a carne doída!

A cidade se espanta,

As luzes se apagam,

Mas o clarão das bombas se propagam!

Uma cortina escura cobriu as águas,

Afogou os peixes…

O silêncio tomou conta dos mares,

E nos ares, os pássaros se negam a cantar.

Veja as crianças, fecham seus olhos,

Como se estivessem esperando permissão para levantar…

 

Transformaram seu lar numa terra fria,

Onde estar lá agora,

Era o que elas menos queriam…

O documentário noticia,

A ocorrência de mais uma morte no dia…

O tempo consola,

Mas, por dentro ainda chora,

O mesmo coração que se apavora…

 

Quando as águas se escurecem,

Quando o céu já não é mais azul,

Quando uma arma dispara, por homens,

Que já não são mais homens,

Sejam vermelhos do Norte,

Ou azuis do Sul…

 

Não sei para onde ir…

olho por todos os lados,

Não encontro saída…

É difícil admitir, mas…

Minha vida foi esvaída?

 

Um homem aparece em minha frente,

Uma pequena menina está em seus braços,

O homem chora,

A criança chora,

Há uma senhora junto a eles,

Apenas ouço

O ranger de dentes…

Eu olho para suas faces… calam,

Mas também não precisam falar

Ouço apenas a criança,

Ela pede pela mãe a chorar…

O pai a abraça forte

Não responde, apenas…

 

E já não sei mais de mim,

Nem para onde estou indo…

Talvez já esteja morto,

Sonhando que estou vivo.

Referência para as imagens:

SEGALL, Lasar. Visões da Guerra. São Paulo: Imprensa Oficial, 2012.

Dengue, Anistia e Mudanças Climáticas (SciCast #581)

1 de Março de 2024, 04:42

Dengue, Anistia e Mudanças Climáticas (SciCast #581)

 

 

 

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Expediente:

Produção Geral: Tarik Fernandes

Equipe de Gravação: Tarik Fernandes, Marcelo de Matos, Túlio Monegatto Tonheiro, Samantha Martins, Antônio Lucas

Edição: TalknCast

Citação ABNT: Scicast #581: Dengue, Anistia e Mudanças Climáticas. Locução: Tarik Fernandes, Marcelo de Matos, Túlio Monegatto Tonheiro, Samantha Martins, Antônio Lucas. [S.l.] Portal Deviante, 22/03/2024. Podcast. Disponível em: https://www.deviante.com.br/podcasts/scicast-581

Arte: istock


 

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